Entendendo o sistema CAGED

CAGED é a abreviação para os acordes de dó (C ), lá (A), sol(G), mi (E) e ré (D). Na verdade, indicam cinco configurações diferentes para qualquer acorde no braço do violão ou guitarra. O acorde de dó maior é a primeira delas.

A fórmula

Quando feito a partir da primeira casa vai soar como dó maior, no entanto, se colocamos uma pestana ou um capotraste no braço do instrumento prendendo todas as cordas no primeiro traste (ou casa), temos o acorde de dó sustenido maior e quando “escorregamos”  de traste em traste alteramos o acorde de meio em meio tom.

O mesmo vale para a configuração de lá maior que quando movida três trastes acima produz o mesmo acorde de dó maior. A configuração em Mi (E) feita a partir do primeiro traste produz o acorde de mi maior, mas se movida sete trastes acima formará o mesmo acorde de dó maior com pestana na casa oito.

Diagramas CAGED

As figuras a seguir mostram exemplos das cinco configurações ou cinco fôrmas.

Exemplo do sistema CAGED nas configurações de C e A

Na primeira figura temos os acordes de  dó maior (C) e lá maior (A) como referência. Movendo o acorde de C duas casas ou um tom acima, formamos o acorde de ré maior e movendo mais um tom ou duas casas acima temos o acorde de mi maior (E). A p´roxima fôrma é o A, então, movendo o acorde de lá maior (A) meio tom acima temos o acorde de Si maior (B) e movendo mais meio tom temos o acorde de dó maior. Podemos repetir este procedimento para todos os trastes do violão ou da guitarra.

Exemplo nas configurações de G, E e D.

No caso do acorde de sol (G) há algumas variações possíveis para facilitar sua digitação, porém, ele segue a mesma regra. a figura acima mostra os acordes de lá maior (A) feito usando a fôrma de G. Na sequência temos o acorde de sol maior (G) na fôrma de mi e o acorde de mi maior (E) na forma de D.

O mesmo vale para todas as variações dos acordes. Assim, um acorde de lá menor segue a configuração (A) na posição menor, produzindo lá sustenido menor ou si bemol menor com pestana na primeira casa e dó menor com pestana na terceira.

Exemplo em vídeo

O vídeo a seguir exemplifica o uso do sistema CAGED para o acorde de dó maior.

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O que são e pra que servem os campos harmônicos?

Esta é uma pergunta que muita gente boa de música faz. Lembro-me quando criança que ao ir à aula de matemática perguntava: Onde é que eu vou usar isso? Quando estamos acostumados a tocar um instrumento seguindo a cifra, ou mesmo de ouvido, não sentimos falta de alguns conceitos da teoria musical. Por outro lado, quando entendemos algum conceito e passamos a usá-lo em nossas performances começamos a olhar de forma diferente para a teoria. É como o garoto que descobre que sem a matemática não haveria engenheiros ou simplesmente não poderia haver comércio.

Definição

Então o que é um campo harmônico? De forma simples, é uma escala de acordes. Para cada escala que usamos temos o campo harmônico refernte a ela.  Isso significa que posso construir o campo harmônico sobre uma escala maior, menor, blues ou qualquer outra em qualquer  tom. Se pensarmos na escala maior, por exemplo, podemos construir acordes em tríades, tétrades e mesmo com tensões. Vamos exemplificar então com  o campo harmônico maior que é o mais básico e como a maioria dos exemplos que encontramos é em dó maior, resolvi trabalhar este exemplo em lá maior.

Fórmula para a escala de acordes

A escala de lá maior inicia-se na nota lá e mantém a relação de tom, tom, semitom, tom, tom, tom, semitom. Ou seja, lá, si, dó sustenido, ré, mi, fá sustenido e sol sustenido. Podemos escrever usando a nomenclatura de cifras: A, B, C#, D, E, F# e G#. Então temos 3 sustenidos (F#, C# e G#).

Agora vamos construir o campo harmônico em tétrades sobrepondo as notas em terças para formar os acordes. Se usarmos a armadura de clave de lá maior, que já vem com as  os três sustenidos não precisamos pensar neles. Basta contar de três em três e temos A, C#, E, G formando o acorde de lá maior com sétima maior e ciframos A7M. Como é o primeiro grau da escala podemos também grafar como I7M. Da mesma forma, o segundo grau da escala de lá é si. Então, sobrepondo as notas temos: B, D, F#, A que é o acorde de ré menor com sétima que cifrado é Dm7. Como é o segundo grau e o acorde é menor grafamos IIm7 ou ii7 .Seguindo a mesma lógica para os demais graus temos: Em7 que generalizando seria IIIm7 ou iii7, depois no quarto grau temos o F#7M ou IV7M, o quinto grau seria o G7M ou V7M, o sexto grau forma o acorde de Am7 que generalizando temos  VIm7 ou vi7 e o sétimo grau que é formado pelas notas  G# ,B, D, F# que forma o acorde de sol sustenido meio diminuto. Este acorde tem este nome porque partindo do acorde de G# (G#, B#, D#, F##)  tem a terça (B#), a quinta (D#) e a sétima maior (F##)  abaixadas em meio tom e pode ser cifrado como G#ɸ ou ainda G#m75b . Generalizando temos VII ɸ  ou  vii ɸ.

Exemplo

Ouça agora a escala de notas e a escala de acordes ou o campo harmônico de lá maior.

E aqui segue uma tabela com os campos harmônicos nos 12 tons.

Aplicação

Pra que serve isso? Bem, se você souber quais notas formam o campo harmônico de uma tonalidade, você sabe que acordes usar em determinada música. Se você quiser compor uma música, já tem um bom ponto de partida. Os campos harmônicos associados às progressões são a base da música popular. Mas isso já é assunto para outro post.

Veja também: Campos harmônicos menores