Neste post vamos mostrar como aplicar o ritmo de samba canção a uma melodia. A batida do ritmo deve ser acompanhada nos acordes do piano, teclado ou violão. Vamos tomar como base para escrever este ritmo a fórmula encontrada na página 107 do livro Harmonia e Estilos para Teclado de Antônio Adolfo. Em seguida vamos mostrar como aplicá-la ao piano/ teclado e ao violão.
A Fórmula
O ritmo de samba canção é dado então pela fórmula abaixo em notação rítmica que pode ser acompanhado batendo palmas.
Vídeo – Ritmo Samba canção marcado com palmas
Podemos ver que os dois primeiros é a nossa fórmula e ela repete na sequência formando o ritmo em samba canção.
Exemplo
Agora vamos aplicar este ritmo à sequência de acordes. Vamos começar com o acorde de ré maior (formado pelas notas ré, fá# e lá) e o ré com sexta, onde a quinta que é o lá será substituída pela sexta que é o lá. Lembrando que na escala de ré maior temos: ré (I), mi (II), fá# (III), sol (IV), lá (V), si (VI) e dó (VII).
Exemplo para Piano
Para o piano temos a escrita a seguir:
Neste exemplo, a mão esquerda está alternando o baixo com tônica (D) e quinta (A) do acorde ou a sexta quando o acorde é D6.
Exemplo para Violão
Agora escrevendo o mesmo exemplo para violão:
Aplicando a uma música
Finalmente, vamos aplicar a nossa fórmula de ritmo em samba-canção na música Incerteza de Tom Jobim. Você pode encontrar o original do arranjo desta música na página do Instituto Antônio Carlos Jobim. Para esta demonstração vamos usar a melodia e os acordes (harmonia). A ideia aqui é usá-la como exemplo para agregar o ritmos aos acordes. Desta forma, caso você tenha uma música, mas não tenha acesso ao arranjo, ou se você for tocar por cifras, pode agregar ritmo aos acordes. Para tornar mais clara a aplicação do exemplo, vamos usar todas as notas do acorde. O ideal na execução é manter o ritmo, mas ao mesmo tempo ficar livre para criar, omitir notas ou mesmo rearmonizar dentro da métrica da música.
O ukulele é um instrumento que tem ganhado a atenção na música pop por sua sonoridade leve e agradável. O som traz uma sensação de estar em alguma ilha paradisíaca curtindo férias, talvez pela sua origem havaiana. É um instrumento recente, que teve a origem no século XX. Como curiosidade, ukulele no idioma havaiano significa pulga saltitante, mas estas informações você pode encontrar na Wikipedia.
Tipos de ukulele
São diversos tipos e formatos do instrumento e também diferentes afinações. Os modelos mais usuais são o soprano que pode ser afinado em C ou G, o concert afinado em C e o tenor, também afinado em C. No entanto há outros tipos como o sopraníssimo, sopranino, barítono, banjolele entre outros.
Pra saber mais sobre tipos e modelos de ukulele indico o vídeo do João Tostes do canal Toca Ukulele que traz detalhes de todos eles.
Afinações
Para entender como são formados os acordes no ukulele, precisamos saber primeiro qual a afinação do instrumento. A afinação mais comum é em dó (C) em high G. Esta afinação também é conhecida como C6 porque as cordas soltas formam o acorde de dó com sexta.
A afinação mais comum é em dó em high G.
Desta forma, as notas formadas pela corda solta no ukulele de cima para baixo são na afinação em dó são: Sol (G), dó (C), mi (E) e lá (A). Perceba que o acorde C6 é formado pela tônica C, a terça E, a quinta G e a sexta A. E por que high G? o high refere-se à corda G que é mais fina que as demais, produzindo um som mais agudo. Há porém, a possibilidade de afinação Low G. Neste caso, a nota G é mais grave e os arranjos para esta afinação são diferentes, mais próximos aos arranjos feitos no violão onde é possível fazer uma escala descendente até os sons mais graves, o que não é possível na afinação high G, que tem a característica mais havaiana.
Como todo instrumento de cordas, o braço do ukulele é dividido em casas e ao pressionar a corda sequencialmente de casa em casa, aumentamos a nota em meio semitom. Assim, a corda solta é afinada para dar a primeira nota da corda. No caso da afinação em dó, a primeira corda de cima para baixo é o sol. Então, se tocamos a corda solta temos sol (G), pressionando na primeira casa sol sustenido (G#), pressionando na segunda casa lá (A) e assim sucessivamente.
Afinação em High G ou Low G
A figura a seguir mostra as notas formadas na afinação em dó no braço do ukulele. Veja que as notas são as mesmas independente se a afinação é low G ou high G. O que muda é a altura da nota, ou seja, a mesma nota em oitavas diferentes.
Afinação em High D ou Low D
A afinação em sol é uma quinta acima, então as cordas soltas terão cada uma delas notas afinadas uma quinta acima, ou seja, de cima para baixo temos: ré (D), sol (G), si (B) e mi (E), formando o acorde de G6. Neste caso temos a possibilidade de afinar em low D ou high D, porque a primeira corda de cima para baixo agora quando tocada solta emite a nota ré. Se temos a corda mais espessa, teremos a afinação low D, se mais fina teremos high D.
Ao se utilizar a afinação high G ou low G, é importante lembrar que ao tocar com outros instrumentos, os acordes e notas estão transpostos de uma quinta, assim ao tocar o acorde de dó maior no ukulele ele corresponderá ao acorde de sol maior no violão ou piano.
Formação dos Acordes
Como formar acordes então? Basta encontrar as notas do acorde e buscá-las no braço do instrumento. Vamos dar alguns exemplos de acorde de C na afinação mais comum que é também em C (podende ser tanto High G quanto low G).
Vamos então encontrar no braço do Ukulele os acordes C (dó maior), Cm (dó menor), C7 (dó com sétima ) e Cm7 (dó menor com sétima) como exemplos.
Acorde de dó maior
O acorde C é formado pelas notas C, E e G , bastando pressionar a corda lá na terceira casa teremos de cima para baixo G, C, E e C. Todas as notas fazem parte do acorde C mostrado na figura a seguir.
Acorde de dó menor
O acorde de Cm é formado pelas notas, C, Eb e G. lembrando que para formar o acorde menor, basta baixar a terça do acorde maior em meio tom.
Uma das configurações então é deixar a corda sol solta e pressionar todas as demais na terceira casa. Desta forma, de cima para baixo temos as notas G, Eb, G e C, todas pertencentes ao acorde de dó menor.
Acorde de dó com sétima
Para formar o acorde de C7 que é formado pelas notas C, E, G e Bb, partimos do acorde em dó maior, mas precisamos substituir o C da corda lá pelo Bb, já que as cordas G, C e E soltas já produzem notas que fazem parte do acorde. Então, pressionando a corda lá na primeira casa temos a nota Bb que faltava e a única a ser pressionada.
Acorde de dó menor com sétima
Finalmente, o acorde de Cm7 pode ser formado pressionando todas as cordas sobre a terceira casa, já que as notas do acorde são C, Eb, G e Bb. Com esta configuração as notas de cima para baixo ficam: Bb, Eb,G e C.
Pra facilitar a vida, deixo um esquema com os principais acordes na afinação High G nas tonalidades naturais.
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