Em ritmo de Samba

O samba está no DNA brasileiro e é considerado o ritmo do Brasil. O estilo musical nasceu no Rio de Janeiro no início do século XX e mescla elementos de diversas culturas, mas é o ritmo do batuque africano que mais se destaca. Foi no final da década de 1920 que o samba estruturou-se da forma como o conhecemos hoje e todo músico brasileiro deveria ter em seu repertório um espaço para este ritmo que cativa não apenas brasileiros, mas que identifica o Brasil em todo o planeta.

Neste post vamos trabalhar com o ritmo do samba e usaremos a “fórmula” rítmica apresentada por Carlos Almada em seu  livro Arranjo. Vamos  aplicá-lo a um trecho da  música Trem das Onze de Adoniran Barbosa, primeiro adicionando a melodia da música sobre o ritmo escrito para bateria e em seguida trabalharemos o acompanhamento ao piano e violão.

O Ritmo

Almada apresenta o ritmo escrito para bateria a 80 bpm (beats por minuto) e em compasso 2 por 4 conforme a partitura para bateria  a seguir.

Ritmo de samba escrito para bateria
Ritmo de samba- bateria
Ritmo de Samba – Bateria

Podemos ver que a variação do ritmo se estende por dois compassos, sendo que o ritmo dado pelo bumbo repete de forma consistente sendo tocada no início e final de cada unidade de  tempo (no caso, o tempo de uma semínima), que está dividida em quatro partes, ou seja semicolcheias. O prato de condução também é constante, então as variações ficam por conta do aro da caixa e o chimbal.

Inserindo a melodia 

Vamos inserir agora a melodia e para isso é preciso que a música esteja escrita na mesma fórmula de compasso, no nosso caso em dois por quatro. Só lembrando que o “4” define qual a figura será a unidade de tempo, no caso a semínima. O “2” define quantas unidades de tempo haverá dentro do compasso, assim, se a semínima vale 1, temos dois tempos de semínima.

Na partitura a seguir, mostramos a melodia, a harmonia que é dada pelos acordes e também a letra do trecho. Gosto de cantar enquanto o ritmo é tocado para marcar com precisão onde cada sílaba deve estar. Desta forma, basta conectar as sílabas com as notas da melodia e mesmo sem ter muita prática com escrita musical, com ajuda do software fica fácil definir os tempos de cada nota de forma “casar” com o ritmo.

Trecho do samba Trem das Onze de Adoniran Barbosa - Melodia e Ritmo
Trecho de Trem das Onze – Melodia e Ritmo
Trecho de Trem das Onze – Melodia e Ritmo

Acompanhamento ao piano

Acompanhar samba ao piano pode parecer algo difícil, mas basta alternar o ritmo entre o baixo na mão esquerda e o acorde na mão direita e pensar no piano agora como um instrumento de percussão. Nossa música está em lá menor, então nos primeiros compassos alternamos o baixo do acorde entre a tônica que é o lá e a terça que é o dó. Outra alternativa, mais comum até, seria alternar com a quinta que é o mi. Na sequência, o ritmo foi mantido alterando-se os acordes de acordo com a harmonia.

a partitura a seguir mostra como ficou o arranjo e o vídeo a seguir mostra o resultado. 

Trecho do samba Trem das Onze de Adoniran Barbosa - Flauta, Piano e Bateria
Trecho de Trem das Onze para Flauta, Piano e Bateria
Trecho de Trem das Onze – Flauta, Piano e Bateria

Acompanhamento ao violão

A seguir, adaptamos a partitura para violão, mostrando o ritmo na partitura e na tablatura. No caso do violão, os baixos são tocados com o polegar e o acorde puxado com os demais dedos de forma a seguir o ritmo. Veja a partitura e o vídeo a seguir.

Trecho do samba Trem das Onze de Adoniran Barbosa para Flauta, violão (incluindo Tab) e bateria
Trecho de Trem das Onze para Flauta, violão e bateria
Trecho de Trem das Onze – Flauta, violão (Partitura e Tablatura) e bateria

Para quem não está familiarizado com partituras e tablaturas, a figura a seguir mostra o ritmo em palhetadas.

Ritmo de samba para violão- Palheta
Ritmo de samba para violão

Como encontrar as notas no braço do Ukulele e montar acordes

O instrumento

O ukulele é um instrumento que tem ganhado a atenção na música pop por sua sonoridade leve e agradável. O som traz uma sensação de estar em alguma ilha paradisíaca curtindo férias, talvez pela sua origem havaiana. É um instrumento recente, que teve a origem no século XX. Como curiosidade, ukulele no idioma havaiano significa pulga saltitante, mas estas informações você pode encontrar na Wikipedia.

Tipos de ukulele

São diversos tipos e formatos do instrumento e também diferentes afinações. Os modelos  mais usuais são o soprano que pode ser afinado em C ou G, o concert afinado em C e o tenor, também afinado em C. No entanto há outros tipos como o sopraníssimo, sopranino, barítono, banjolele entre outros.

Pra saber mais sobre tipos e modelos de ukulele indico o vídeo do João Tostes do canal Toca Ukulele que traz detalhes de todos eles.

Afinações

Para entender como são formados os acordes no ukulele, precisamos saber primeiro qual a afinação do instrumento. A afinação mais comum é em dó (C) em high G. Esta afinação também é conhecida como C6 porque as cordas soltas formam o acorde de dó com sexta.

A afinação mais comum é em dó em high G.

Desta forma, as notas formadas pela corda solta no ukulele de cima para baixo são na afinação em dó são:  Sol (G), dó (C), mi (E) e lá (A). Perceba que o acorde C6 é formado pela tônica C, a terça E, a quinta G e a sexta A. E por que high G? o high refere-se à corda G que é mais fina que as demais, produzindo um som mais agudo. Há porém, a possibilidade de afinação Low G. Neste caso, a nota G é mais grave e os arranjos para esta afinação são diferentes, mais próximos aos arranjos feitos no violão onde é possível fazer uma escala descendente até os sons mais graves, o que não é possível na afinação high G, que tem a característica mais havaiana.

Como todo instrumento de cordas, o braço do ukulele é dividido em casas e ao pressionar a corda sequencialmente de casa em casa, aumentamos a nota em meio semitom. Assim, a corda solta é afinada para dar a primeira nota da corda. No caso da afinação em dó, a primeira corda de cima para baixo é o sol. Então, se tocamos a corda solta temos sol (G), pressionando na primeira casa sol sustenido (G#), pressionando na segunda casa lá (A) e assim sucessivamente.

Afinação em High G ou Low G

A figura a seguir mostra as notas formadas na afinação em dó no braço do ukulele. Veja que as notas são as mesmas independente se a afinação é low G ou high G. O que muda é a altura da nota, ou seja, a mesma nota em oitavas diferentes.

Notas no braço do Ukulele na afinação em C (High G/ Low G)
Notas no braço do Ukulele

Afinação em High D ou Low D

A afinação em sol é uma quinta acima, então as cordas soltas terão cada uma delas notas afinadas uma quinta acima, ou seja, de cima para baixo temos: ré (D), sol (G), si (B) e mi (E), formando o acorde de G6. Neste caso temos a possibilidade de afinar em low D ou high D, porque a primeira corda de cima para baixo agora quando tocada solta emite a nota ré. Se temos a corda mais espessa, teremos a afinação low D, se mais fina teremos high D.

Ao se utilizar a afinação high G ou low G, é importante lembrar que ao tocar com outros instrumentos, os acordes e notas estão transpostos de uma quinta, assim ao tocar o acorde de dó maior no ukulele ele corresponderá ao acorde de sol maior no violão ou piano.

Formação dos Acordes

Como formar acordes então? Basta encontrar as notas do acorde e buscá-las no braço do instrumento. Vamos dar alguns exemplos de acorde de C na afinação mais comum que é também em C (podende ser tanto High G quanto low G). 

Vamos então encontrar no braço do Ukulele os acordes C (dó maior), Cm (dó menor), C7 (dó com sétima ) e Cm7  (dó menor com sétima) como exemplos.

Acorde de dó maior

O acorde C é formado pelas notas C, E e G , bastando pressionar a corda lá na terceira casa teremos de cima para baixo G, C, E e C. Todas as notas fazem parte do acorde C mostrado na figura a seguir.

corde de dó maior no braço do Ukulele.
Acorde de dó maior (C) no braço do Ukulele

Acorde de dó menor

O acorde de Cm é formado pelas notas, C, Eb e G. lembrando que para formar o acorde menor, basta baixar a terça do acorde maior em meio tom.

Uma das configurações então é deixar a corda sol solta e pressionar todas as demais na terceira casa. Desta forma, de cima para baixo temos as notas G, Eb, G e C, todas pertencentes ao acorde de dó menor.

Acorde de dó menor no braço do ukulele.
Acorde de dó menor no braço do ukulele

Acorde de dó com sétima

Para formar o acorde de C7 que é formado pelas notas  C, E, G e Bb, partimos do acorde em dó maior, mas precisamos substituir o C da corda lá  pelo Bb, já que as cordas G, C e E soltas já produzem notas que fazem parte do acorde. Então, pressionando a corda lá na primeira casa temos a nota Bb que faltava e a única a ser pressionada.

Acorde de dó com sétima no braço do ukulele
Acorde de dó com sétima (C7) no braço do ukulele

Acorde de dó menor com sétima

Finalmente, o acorde de Cm7 pode ser formado pressionando todas as cordas sobre a terceira casa, já que as notas do acorde são C, Eb, G e Bb. Com esta configuração as notas de cima para baixo ficam: Bb, Eb,G e C.

Acorde de dó menor com sétima no braço do ukulele
Acorde de dó menor com sétima no braço do ukulele

Pra facilitar a vida, deixo um esquema com os principais acordes na afinação High G nas tonalidades naturais.

Acordes maiores, menores e com sétima para ukulele nas tonalidades naturais
Acordes maiores, menores e com sétima para ukulele nas tonalidades naturais
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