Adicione Qualquer Cifra em Partitura ou Tablatura com o Musescore

Se você é um usuário do Musescore, este post vai te ajudar a entender a funcionalidade de acordes que o software traz. Se você seguir o passo a passo, será capaz de inserir qualquer símbolo de acorde e também ouví-los à medida que a partitura ou tablatura é tocada. Não importa se o acorde em questão é simples, como tríades maiores e menores, ou mais elaborados como acordes diminutos, meio diminuto, aumentados, com sétima ou com tensões. Enfim, qualquer acorde mesmo. É simples e fácil.

Caso você não seja um usuário do Musescore, poderá fazer o download na página oficial do software: https://musescore.org/pt-br . Este é um software open-source, ou seja, é gratuito e você pode utilizá-lo mesmo comercialmente. Há versões para Windows, Mac e Linux. Não perca mais tempo! Faça o download hoje e use nossos conteúdos sobre Musescore aqui no site ou em nosso canal do You Tube.

Inserindo Acordes

Há duas maneiras de inserir acordes no Musescore. Depois que você iniciar o software, você precisa escolher uma nota ou uma pausa na partitura e clicar nela. Então, após clicar, vá no menu principal e escolha as opções: Add (Adicionar), Text (Texto), e finalmente Chord Symbol ( Símbolo de Acorde). Se você trabalha com o software em português, verá as opções também em português, mas deixo aqui as opções também em inglês.

Inserção de cifras usando o Musescore
Inserindo cifras com Menu Principal

Você pode também usar o atalho Ctrl+K no Windows ou Cmd + K no Mac para obter o mesmo resultado. Logo após executar uma destas duas opções, você verá um quadrado com um cursor dentro sobre a nota ou pausa escolhida. Basta então digitar o símbolo do acorde e dar enter. Você vai ouvir o som do acorde que acabou de inserir. Se não estiver ouvindo, você vai precisar alterar a configuração do seu Musescore.

inserindo cifras no Musescore
Inserindo ou Editando Cifras

Mudando a Configuração para Habilitar o Desabilitar o som do Acorde

Para alterar a configuração de tocar o som da cifra do acorde, vá ao menu principal, clique em visualizar (View) e escolha Inspetor (Inspector). O atalho para o inspetor é F8. Com ele aberto, você verá as opções das cifras do acorde. Deixe ticado a opção Tocar (Play). Há outras opções de configuração como interpretação, voicing e duração que não cobriremos neste post.

Mudando as configurações das cifras no Musescore
Alterando a Configuração das Cifras

Editando a Cifra

Após ter colocado a cifra e teclado enter, você ainda pode alterá-la. Dê um duplo clique sobre ela e poderá editá-la.

Use as letras de A a G correspondente a cada nota do acorde (A=lá, B= si, C= dó, D= ré, E= mi, F= fá, G= sol). Se precisar adicionar acidentes nos acordes use # para sustenido e a letra b para bemol.

Você pode também trabalhar com dobrado sustenido ou dobrado bemol. Basta inserir o símbolo duas vezes desta forma: C## ou Bbb.

Dobrado Sustenido e dobrado bemol
Dobrado Sustenido e Dobrado bemol

Acordes Maiores, Menores, com Sétima e com Sétima Maior.

Para adicionar acordes com sétima, basta colocar o número 7 logo após a letra com o nomee do acorde. Por exemplo, para inserir o acorde de dó sustenido com sétima digite C#7 na área de edição. O mesmo se aplica a acordes menores com sétima, como por exemplo o dó menor com sétima, Cm7 deve ser digitado na área de edição.

Já para os acordes com sétima maior, temos três opções. No lugar do número 7, digite maj7, ma7 ou t7. A letra t se transformará em um triângulo, que também é usado para cifrar os acordes com sétima maior. Assim, o dó maior com sétima maior será editado digitando Cma7, Cmaj7 ou Ct7. Da mesma forma para os acordes menores com sétima maior. Por exemplo, o acorde de ré menor com sétima maior fica: Dm ma7,Dm maj7 ou Dm t7.

Acordes maiores e menores com sétima maior

Acordes Invertidos com baixo cifrado

Para adicionar uma cifra de acorde invertido com o baixo cifrado, basta digitar no campo de edição o acorde, então barra “/” e finalmente qual nota irá no baixo. Vamos dizer que você quer adicionar o acorde de dó maior com baixo no sol ( que é a quinta do acorde). Você digitará C/G. Vamos agora dar um exemplo de tetracorde com baixo na sétima. Imagine que ser inserir o acorde de dó maior com sétima com o baixo no si bemol, então irá digitar C7/Bb.

Acordes invertidos com baixo cifrado.
Acordes invertidos com baixo cifrado

Acordes Diminutos e Meio Diminutos

Os acordes diminutos são formados pela tônica, terça menor, quinta diminuta e sétima diminuta. Você pode inseri-lo na partitura digitando na área de edição as letras dim após a letra do acorde. Outra formas, é usar a letra o. Assim, o acorde de dó diminuto deve ser inserido assim: C dim ou Co.

Já os acordes meio diminutos, são similares, mas ao invés de ter a sétima diminuta, ele mantém a sétima menor, assim fica tônica, terça menor, quinta diminuta e sétima. Para cifrar digite b5,7 após o nome do acorde ou 0 (zero). Assim, para cifra o acorde de ré sustenido meio diminuto digite D#0 ou D#b5,7.

Acordes Diminutos e Meio Diminutos

Acordes Aumentados.

Os acordes aumentados possuem a quinta aumentada em meio tom. Você pode usar o simbolo +, ou digitar 5+ ou ainda 5#. Outra alternativa é digitar aug (de augmented que quer dizer aumentado em inglês). Assim, o acorde de dó aumentado pode ser cifrado das seguintes formas: C+, C5#, C5+, C aug. Se for menor, segue a mesma regra: Cm+, Cm5#, Cm5+ ou Cm(aug).

Acordes maiores e menores aumentados.
Acordes maiore e menores aumentados

Acordes Suspensos

Os acordes suspensos são aqueles em que a terça é substituída pela segunda ou quarta do acorde. Geralmente, quando o acorde é escrito apenas como sus, subentende-se que trata-se da quarta. A forma mais precisa, porém , é cifrar sus2 ou sus4. assim, o acorde de dó suspenso fica Csus, Csus2 ou Csus4.

Acordes suspensos
Acordes Suspensos

Adicionando Tensões aos Acordes

As tensões são adicionadas aos acordes se sétima, sejam eles maiores ou menores. Desta forma, você pode ter, por exemplo, o acorde de dó menor com sétima maior com nona e décima primeira aumentada, ou Cm Cmaj7(9,#11). Você pode també usar b9 para nona menor, #9 para nona aumentada, ou ainda 13, b13 ou #13. Você também pode usar + ou – ao invés de # ou b. Atenção especial no caso em que você quer apenas adicionar a nona em um acorde sem a sétima. Neste caso, use o acorde com nona adicionada. Por exemplo, o acorde de dó maior com a nona adicionada fica Cadd9.

Acordes com tensões
Acordes com Tensões

Para mais detalhes assista também o vídeo a seguir no nosso canal do You Tube. Neste video, demonstramos o passo-a-passo usando o programa Musescore.

O que são acordes invertidos?

Fernando Neves

Se você toca por cifras, com certeza já se deparou com um acorde separando duas cifras de notas por barras. Ou se você toca por partitura, com certeza sabe o que é encadeamento de acordes. A inversão de acordes é essencial para um bom encadeamento dos acordes ao piano, mas também traz brilho ao permitir que diferentes baixos sejam tocados ao violão com o mesmo acorde. Fica comigo até o final deste post porque vamos desmistificar este assunto.

Definição de acorde

Primeiro vamos definir o que é um acorde. A combinação de dois sons caracteriza um intervalo e a partir de três notas soando juntas, temos o que chamamos de acordes. As tríades são também chamadas de acordes de quinta e as tétrades acordes de sétima. No entanto, podemos ter acordes também de cinco notas ou mais. Os acordes de cinco sons são chamados de acordes de nona e os de seis sons acordes de décima primeira (Bohumil Med, Teoria da Música)

Inversão das tríades

Uma tríade pode ter duas inversões, assim temos três opções de montar o acorde. Considere, por exemplo, o acorde de dó menor, cuja cifra é Cm. As notas do acorde são: dó, mi bemol e sol. Quando executadas nesta ordem, estão em posição fundamental. Na primeira inversão a terça do acorde, no nosso caso o mi bemol (Eb), será a nota mais grave do acorde. Desta forma o acorde de dó menor na primeira inversão fica Mi bemol, sol e dó. Já na terceira inversão, a nota mais grave é a quinta do acorde ficando da seguinte forma: sol, dó e mi bemol.

Inversões do acorde de dó menor
Inversão de Tríades – Acorde de dó menor

Aplicação das inversões no piano

No piano e no teclado, o uso das inversões permite um melhor encadeamento entre dois acordes, evitando saltos. O encadeamento sem saltos é mais suave, e por isso é a forma adotada pelos músicos profissionais. Uma música tocada com todos os acordes na posição fundamental mostra que o músico é principiante. O exemplo a seguir mostra o encadeamento de acordes no tom de sol maior nas progressóes V-I e II-V-I.

Encadeamento de acordes
Encadeamentos de acordes

As cifras com barras definem o baixo do acorde. Nos exemplos anteriores não estamos mostrando a mão esquerda, mas como não há barras indicando um baixo diferente da fundamental do acorde, o baixo na mão esquerda será a fundamental do acorde. Assim, no acorde de ré maior, a mão esquerda toca ré, no acorde de sol maior, sol e assim sucessivamente. No entanto, o baixo pode também estar na terça ou na quinta do acorde. Assim, se temos o acorde de D/F#, temos o baixo na terça ou D/A, temos o baixo na quinta.

Ao piano então podemos usar qualquer inversão na mão direita, mas se o baixo na mão esquerda estiver na terça ou na quinta devemos cifrar indicando o baixo a ser tocado após a barra. O exemplo a seguir mostra este exemplo para piano.

Exemplo de acordes invertidos indicando o baixo
Acordes invertidos indicando o baixo

Aplicação das inversões no violão

Até aqui vimos a aplicação das inversões de acordes para piano. Mas e no violão? Como são executadas? No caso do violão, há diversas posições em que os acordes podem ser executados e basicamente três cordas que podem tocar o baixo. A exceção é o violão de sete cordas que possui um bordão as mais.

Uma vez conhecendo as posições de cada nota no braço do instrumento, é possível estabelecer desenhos ou fôrmas para cada cada acorde, sendo este invertido ou não.

Notas formadas no braço do violão

É preciso saber as notas no braço do violão para cada posição ou casa. A partitura e a tablatura a seguir mostram as notas das cordas soltas do violão iniciando na sexta corda com o mi, na quinta corda temos o lá e na quarta corda o ré formando o conjunto dos bordões que são usados no baixo. Na sequência temos o lá na terceira corda, o si na segunda e finalmente o mi na primeira. Note que a primeira corda solta está duas oitavas acima da sexta corda solta. A circunferência com o zero inscrito mostra que a corda deve ser tocada solta.

Notas das cordas soltas na partitura do violão

Na partitura e tablatura a seguir, mostramos todas as notas formadas na sexta corda do violão iniciando com a corda solta e a partir daí apertando cada casa do braço até a casa 12 cobrindo assim uma oitava cromática ( de meio em meio tom) em uma mesma corda. Neste caso vamos de mi a mi.

Notas formadas na sexta corda do violão
Notas formadas na sexta corda do violão

A mesma coisa pode ser feita nas demais cordas, assim, a quinta corda vai cobrir uma oitava de lá a lá, a quarta corda a oitava de ré a ré e assim sucessivamente como podemos ver nas figuras a seguir.

Notas formadas na quinta corda do violão
Notas formadas na quinta corda do violão
Notas formadas na quarta corda do violão
Notas formadas na quarta corda do violão
Notas formadas na terceira corda do violão
Notas formadas na terceira corda do violão
Notas formadas na segunda corda do violão
Notas formadas na segunda corda do violão
Notas formadas na primeira corda do violão
Notas formadas na primeira corda do violão

Estabelecendo padrões

Uma vez que sabemos onde encontram-se as notas no braço do instrumento, podemos estabelecer padrões ou desenhos com base em acordes conhecidos. Por exemplo, se temos o acorde de lá maior, cujo baixo é a corda lá solta e agora queremos executar o acorde de A/C#, basta pressionar a corda lá na quarta casa. Este desenho ou padrão pode ser arrastado de casa em casa no braço do violão para formar acordes que serão acrescidos de um semitom tanto no acorde quanto no baixo.

Assim, se movemos tudo para trás temos o acorde de Ab/C ou G#/D#. Da mesma forma, se avançamos a nossa fôrma de acorde teremos: A#/C## ou Bb/D. O exemplo as seguir mostra todos os acordes formados com esta fôrma em A. mantivemos a notação mais simples evitando dobrado sustenidos ou dobrados bemóis.

Acordes com baixo na terça na forma de A
Acordes maiores com baixo na terça na fôrma de A

Perceba no exemplo que o número do lado da nota representa o dedo a ser utilizado. O número 1 repetindo em todas as notas com exceção do baixo sugerem uma pestana com o dedo 1 e o uso do dedo 3 (anular) para executar o baixo na terça. Já o número 4 dentro do círculo está indicando que aquela nota, no nosso caso o baixo, deverá ser executado na quarta corda.

Inversão de acordes menores

O mesmo procedimento podemos aplicar ao acorde menor. Neste caso, o baixo será na terça menor. O exemplo a seguir mostra a mesma fôrma de A, mas agora com a terça menor.

Acordes menores com baixo na terça na fôrma de A
Acordes menores com baixo na terça na fôrma de A

Usando o mesmo raciocínio podemos encontrar outras fôrmas para executar os mesmos acordes. No caso da guitarra, há uma maior disponibilidade de espaço no braço, o que permite a utilização de mais opções.

Vídeos selecionados

A seguir deixo o vídeo do Philippe Lobo no canal do Cifra Club que apresenta de forma bastante clara e pausada este tema aplicado ao violão.

Aula com Philippe Lobo do Cifra Club sobre inversão de acordes no violão

Outro vídeo muito útil é a dica do mestre Nelson Faria mostrando como encontrar as inversões de acorde no braço do violão

Dica de Nelson Faria para encontrar as inversões de acordes no braço do violão.