Improvisando sobre a escala Jonica

Foto: Jani Snellman (Pixabay)

A Escala Jônica

O conhecimento das escalas é essencial para o músico que quer improvisar ou  criar suas composições com harmonia mais elaborada. Neste post vamos falar da escala mais básica que é a escala Jônica.

A escala jônica é o primeiro modo da escala maior, assim se temos, por exemplo, a escala de dó maior a escala será a própria escala maior, ou seja C, D, E, F, G, A e B, já que na escala de dó maior não há nenhum acidente, ou seja, nenhum bemol ou sustenido. lembrando que as escalas maiores possuem  a seguinte relação entre as notas da escla: Tom, Tom, Semitom, Tom, Tom, Tom e Semitom ou de forma simplificada (TTSTTTS). Então se estamos na escala jônica de Ré, temos D, E, F#, G, A, B e C# , uma vez que na escala de Ré maior o fá e o dó são sustenidos (Se tiver dúvida assista o vídeo sobre o ciclo das quintas clicando aqui).

Modos Gregos

Ao todo são sete modos das escalas maiores: Jônico, Dórico, Frígio, Lídio, Mixolídio, Eólico e Lócrio. Na escalda de dó maior o modo Jônico vai de dó a dó, o Dórico de Ré a Ré, o Frígio de Mi a Mi, o Lídio de Fá a fá, o Mixolídio de sol a sol, o eólico de lá a lá e o lócrio de si a si. Eles possuem estes nomes porque eram escalas usadas na Grécia Antiga, especialmente na música litúrgica da idade média e levam os nomes das regiões onde eram usados, ou seja a Jônia, Naquela época, não havia uma sistematização das escalas, e cada região tinha sua maneira de organizá-los, obtendo diferentes formas de expressão.

O papa Gregório I foi o primeiro a organizá-los e por isso também podem ser chamados de modos gregorianos. Mais tarde, os músicos foram dando preferência aos modos Jônico e Eólico dando então origem às escalas maior e menor que conhecemos na música ocidental. Com a evolução da música, a criação da escala temperada passou a ser possível mesclar todos os modos e hoje são bastante usados para improvisações.

Improvisando com a escala Jônica

A escala Jônica é usada para improvisar sobre os acordes maiores que não possuem alterações (#5,b5,#9, etc) e pode ser aplicada sobre os seguintes acordes: Maior (C,D), maior com sétima maior (CM7, DM7), maior com sétima maior e nona(CM7(9), DM7(9), Maior com sexta (C6, D6), maior com sétima maior e sexta (CM7(6), DM7(6)),Maior com sétima maior, sexta e nona (CM7(6/9), DM7(6,9) e com nona adicionada (Cadd9, Dadd9).

O quarto grau da escala Jônica deve ser evitado ou utilizado apenas como nota de passagem, por ser dissonante ao acorde e deve ser resolvido meio tom abaixo, ou seja na terça maior. Exemplificando, se a escala é de dó e executo a nota fá não devo descansar sobre ela, mas resolvê-la imediatamente na terça que é a nota mi.

Exemplo

No exemplo a seguir mostramos a mesma melodia formada sobre a escala Jônica em dó soando sobre os diferentes acordes citados.

Escala Jônica e Acordes possíveis

Veja a escala em vídeo

Dica de livro: Piano para Leigos (For Dummies)

Neste post vamos falar um pouco do livro Piano para leigos que é a tradução do livro original Piano for dummies cujo autor é Blake Neely que é compositor, regente, arranjador, orquestrador e pianista. O autor é graduado pela Universidade do Texas, possuiu músicas licenciadas na Hollywood Records e trabalhou na Disney Music Publishing como editor das publicações musicais impressas por esta empresa. Blake é autor e compositor premiado e indicado ao Emmy e também compôs sinfonias, concerto para piano e inúmeras obras para orquestras de câmara.

Sobre o Livro

Este livro traz de forma bem humorada os conceitos básicos de música aplicados ao piano. É um livro “fora da caixa” diferente da maioria dos livros de teoria musical, pois parte do princípio que o leitor é leigo em todos os aspectos. Então, se você já sabe música, este é um livro legal para usar como material didático, mas trará poucos benefícios pra você. As peças musicais são bastante básicas. Agora, se você é principiante é um excelente material para entender de forma bastante leve os conceitos de teoria musical , leitura de partitura, conhecer diferentes estilos musicais, postura, prática e muito mais.

Detalhe do Livro Piano para Leigos

Conteúdo

O livro é organizado em 20 capítulos distribuídos em seis partes. Em cada parte há dicas e atividades resumidas em ícones tipo: toque agora, lembre-se, dica, papo de especialista e cuidado. As músicas trazem as faixas relacionadas ao CD que acompanha o livro e deve ser usado como play along, ou seja, para tocar junto.

Partes do Livro

A parte I que vai do capítulo 1 ao 5 fala do instrumento, dá dicas de como escolher um piano ou teclado para comprar, dá dicas de como cuidar do instrumento, diferenças de pianos acústicos e eletrônicos, um pouco da história desde o cravo até os sintetizadores digitais

A parte II vai do capítulo 6 ao 8 e tem como título o som no papel. Nesta parte será dada atenção à notação musical na partitura para piano. Conceitos de pauta, claves, duração de notas e pausas, expressão, ritmo, etc. são explicados de forma bastante leve e prática comparando tempos com tortas. Para quem está cansado dos livros de teoria que trazem o assunto de forma bastante densa, esta é uma opção para entender o básico antes de aprofundar no assunto. Ao final desta parte há algumas melodias para mão direita apenas de músicas como O Danúbio Azul, Can can, Lavander Blue, Oh Suzana e outras.

                            Fonte: Piano para Leigos, Blake Neely

A parte III vai do capítulo 09 até o 11 e tem como título uma mão de cada vez. Nesta parte o autor trabalha desde as posições da mão, cruzamento de dedos, melodias com a mão direita, escalas maiores, menores (natural, harmônica e melódica) e blues e intervalos e no capítulo 11 introduz a mão esquerda. Algumas músicas nesta parte já com as duas mãos: The Sidewalks of New York e Stars and Stripes Forever.

A parte IV do livro vai do capítulo 12 ao 14 e trabalha a harmonia com os intervalos, explica os tons na música detalhando as armaduras de clave e os acordes (maiores, menores e uma pincelada sobre outros tipos como sus, aumentados, diminutos e com sétima). Na página 235 há uma tabela com a fórmula dos acordes. Por exemplo, o acorde de dó maior é formado pela tônica, terça maior e quinta justa e é representado por 1-3-5. Já o acorde de dó menor com sexta Cm6 tem a fórmula 1-3b-5-6 ( tônica, terça menor, quinta justa e sexta maior). Neste capítulo há uma breve explicação das inversões dos acordes. Algumas músicas desta parte são: Worried Man Blues, After the Ball, Down by the Station e outras.

A parte V dá um foco na técnica e trabalha dinâmica, ornamentos, articulações, pedal, glissandos, trêmulos, padrões de acompanhamentos com a mão esquerda, grooves para mão esquerda, estilos, etc. É a parte mais avançada do livro e aqui mesmo quem já toca pode se beneficiar dos conceitos e dicas. Esse capítulo é bem interessante. Algumas músicas da parte V: Album Leaf, Playin’ the Blues, Classic R&R, Motown Is My Town e Billy Boy Swings.

A parte VI traz dicas de como melhorar a prática e apresentação e dá dez maneiras de ir além deste livro. No último capítulo do livro ele traz dez perguntas do autor para escolher seu futuro professor.

CD de áudio

No CD você vai encontrar 95 faixas. Nos primeiros capítulos traz sons de pianos acústicos, cravos, órgãos de tubos e sintetizadores modernos. A partir da faixa 8 o CD traz todas as músicas além de exercícios para tocar junto.

Para quem interessar em adquirir o livro deixo aqui o link da Amazon: https://amzn.to/2RkJY6t