Que computador usar para gravar áudio?

Neste post vamos abordar um assunto que sempre gera dúvidas. Que computador usar para gravação em home studio?  Na verdade, não há uma resposta única para esta pergunta e cada um tem a sua preferência. O que eu considero mais importante é ter um bom processador e um bom buffer de memória RAM para não ter a surpresa de ter o computador dando aquele clássico erro de falta de memória. Aqui vale a regra quanto mais melhor. Recomendo, no entanto, no mínimo 8 Gb e um processador pelo menos i5. Consegui bons resultados com um MacBook Pro Duo Core já um pouco antigo, mas ao gravar voz e violão simultaneamente já tive problemas de overflow.

Sobre usar Mac ou PC, o que vai definir é que software quer usar. Eu por exemplo, uso o Logic Pro X da Apple, então preciso necessariamente de um Mac. Se você vai usar Pro Tools, Cubase Pro ou algum software livre como Audacity, poderá usar boas configurações de PC’s  com excelentes resultados.

Para quem não quer gastar muito, mas não abre mão de ter um Mac, um excelente custo benefício é usar o Mac mini. Este computador não vem com monitor, teclado ou mouse, porém vem com conexões bluetooth tanto para o teclado quanto para o mouse. Então, basta conectar um teclado e mouse Apple via bluetooth para ter todas as funcionalidades. Você pode usar as portas USB para conectar teclado padrão e mouse também, no entanto, nos teclados tradicionais as teclas Ctrl não funcionam com a mesma função de Comand, então para alguns comando você não terá a facilidade de usar um teclado Apple, mas dá pra sobreviver. Eu uso um teclado ABNT USB para os caracteres em português e basicamente para edição de texto e um teclado wireless Apple para ter as funcionalidades que o teclado padrão não tem.

O mini Mac vem com quatro portas USB, 2 thunderbolt, uma saída HDMI e entrada para cabo de rede. Um ponto muito legal é que apesar de ser um desktop, o mini Mac já vem com acesso WiFi, então você pode escolher conectar-se à rede wireless ou via cabo. Outro ponto importante são as entradas Thunderbolt que podem através de um conector se transformarem em quaisquer entradas necessárias. Eu por exemplo, uso uma interface de áudio que pode se conectar ao computador usando porta USB ou Firewire. Se quero usar a porta Fire Wire, basta adquirir um adaptador thunderbolt para firewire e fazer a conexão. A porta Thunderbolt pode ser também usada para conectar um outro monitor através de um cabo de conexão thunderbolt para VGA, por exemplo, ou Thunderbolt para HDMI.

Vale a pena também  comentar aqui das dificuldades que tive para conectar a minha interface de áudio no PC. Foi preciso entrar no site do fabricante e baixar o driver, instalá-lo no Windows e depois de várias configurações o sistema estava funcionando. No Mac, bastou conectar e o Logic Pro X já reconheceu a interface. Deixo claro aqui, que esta foi minha experiência o que não significa que todas as interfacers serão reconhecidas automaticamente.

Pra quem se interessar em comparar um Mac mini, ainda achará caro compra-lo no Brasil, mas se está viajando para os Estados Unidos há modelos a partir de US$500. Uma boa configuração não sairá mais de US$1000, mais barato que muitos PC’s com configuração inferior comprados aqui, mesmo considerando os impostos pagos no caso de exceder a cota da Receita Federal.

Outra boa notícia é que dependendo do fornecedor, a Amazon entrega no Brasil, então vale a pena simular o valor do equipamento e o frete antes de adquirir a máquina aqui.

Vou deixar alguns links de computadores e acessórios a seguir para quem tem interesse em montar seu home studio.

Aprenda a usar as escalas e os acordes relativos

O que são escalas relativas? O próprio nome já diz que ela possui uma relação com outra escala. Em uma linguagem mais coloquial dizemos que são parentes, certo? Mas por que são chamadas assim? Porque possuem as mesmas notas e compartilham a mesma armadura de clave, porém pertencem a modos diferentes, pois uma é maior e a outra é menor.

A escala relativa menor

A escala relativa menor é um conceito fundamental na teoria musical e é utilizada em diversos gêneros musicais, incluindo o blues, o rock, o jazz e a música clássica. A escala relativa menor é derivada da escala maior, que é uma sequência de sete notas que segue um padrão específico de intervalos. A escala menor relativa começa na sexta nota da escala maior correspondente e segue a mesma sequência de notas, mas começa e termina em uma nota diferente.

Uma das principais funções da escala relativa menor é proporcionar uma mudança de tom na música. Por exemplo, se uma música está em tom maior, o compositor pode usar a escala menor relativa para mudar para um tom menor sem alterar radicalmente a melodia ou a harmonia. Isso permite uma variedade de possibilidades tonais e ajuda a evitar que a música fique monótona ou previsível.

O uso das Escalas Relativas

A escala menor relativa também é frequentemente usada para criar progressões de acordes interessantes e emocionantes. A progressão de acordes pode começar em um acorde maior e, em seguida, mudar para o acorde menor correspondente, o que cria uma sensação de tensão e liberação na música. Isso pode ser usado para criar uma sensação de drama ou para adicionar um elemento emocional à música.

Outra forma comum de utilizar a escala relativa menor é através da criação de solos de guitarra ou outros instrumentos melódicos. Muitos solos são baseados em escalas e arpejos, e o uso da escala menor relativa pode adicionar uma dimensão extra à melodia. A escala menor relativa também pode ser usada em arranjos de harmonia vocal, onde a parte principal é cantada em uma tonalidade maior e a parte secundária é cantada na tonalidade menor relativa. Isso cria um contraste tonal interessante e pode adicionar um elemento de tensão e resolução na harmonia vocal.

Por fim, é importante mencionar que a utilização da escala relativa menor é apenas uma das muitas técnicas que os compositores e músicos utilizam para criar variação e interesse na música. É importante estudar e compreender a teoria musical em sua totalidade para aplicar essas técnicas de maneira eficaz. Compreender a teoria musical pode ajudar os músicos a se tornarem mais versáteis e criativos em sua abordagem à música, abrindo possibilidades para novas ideias e abordagens musicais.

Centro tonal

Nas escalas relativas o que muda é o centro tonal e isso faz toda a diferença. A escala relativa menor inicia-se no sexto grau da escala maior (lembrando que a escala maior mantém sempre a relação tom, tom, semitom, tom,tom,tom, semitom). Então se estamos na escala de dó maior teremos C, D, E, F, G, A e B. Para encontrar o sexto grau basta contar até seis iniciando no dó e bingo! A escala relativa menor de dó maior é lá menor. Nosso centro tonal agora descansa no sexto grau da escala maior que será o primeiro grau da escala menor ficando: A, B, C, D, E, F e G. Percebemos então que agora mudou a relação entre os intervalos da escala, pois temos de A para B um tom, de B para C um semitom, de C para D um tom, de D para E um tom, de E para F um semitom e de fá para G um tom. Ou seja, tom, semitom, tom, tom, semitom e tom.

Escalas maiores e suas relativas menores

Sempre comparamos as escalas com a original maior então, se escrevemos os graus da escala relativa menor em algarismos romanos temos que em relação à sua escala homônima maior que no caso de lá menor é lá maior (A, B, C#, D, E, F#, G#). Se complicou, dê uma olhada em um dos nossos posts anteriores onde mostramos a construção da escala de lá maior. Então, recapitulando, temos que o terceiro, sexto e sétimo grau foram abaixados em um semitom. Isso nos dá a fórmula da escala menor ( no nosso caso a menor natural) que é I, II, IIIb, IV, V, VIb e VIIb.

Recapitulando, lá menor é a escala relativa de dó maior porque possuem as mesmas notas e compartilham a mesma armadura de clave, neste caso nenhum acidente. Então qual seria a escala relativa menor de lá maior? Basta contar até o sexto grau da escala e bingo! F# menor. Isto significa que se começar em F# e seguir G#, A, B, C#, D, E construímos a escala de Fá sustenido menor. Então se dó maior e lá menor compartilham a mesma armadura de clave e se lá maior e fá sustenido menor também, como saber se estou em um tom de lá maior ou de fá sustenido menor? A diferença fica clara quando você toca a música, pois ela está ancorada no centro tonal onde ocorrem as resoluções. Ouça as duas escalas relativas nestes dois tons e perceba a diferença de centro tonal.

Aplicação

Onde eu aplico isso? As escalas dão origem aos acordes e aos campos harmônicos que se combinam para formar as progressões que são as passagens de um acorde para outro. Assim, posso ter uma passagem pelos acordes relativos e enriquecer a harmonia da música. Dê uma olhada na passagem pelos relativos na canção popular Mulher Rendeira e depois ouça as duas versões e perceba como os acordes relativos enriquecem a harmonia.

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