Como fazer para que suas partituras no MuseScore tenham som profissional

Você escreveu sua partitura usando o Musescore e agora quer ouvi-la pra ver como ficou. Ou ainda, você quer gerar um arquivo áudio para publicá-la, mas o som não está legal e não parece um instrumento de verdade. Você não está sozinho. Mas e se eu te disser que é possível carregar samples de instrumento no Musescore e deixá-lo com o som daquele piano profissional, ou daquela guitarra fantástica? Então, isso ´é possível. Agora você não precisa mais ter que exportar em midi para sua DAW (digital audio workstation).

SoundFonts

Para fazer isso, você vai precisar baixar os soundfonts e movê-los na pasta Soundfonts do Musescore. Este procedimento é bastante simples, mas não são todas as pessoas que trabalham com o Musescore que sabem que isso é possível.

SoundFonts são códigos programados pelo sintetizador ou amostras de áudio de instrumentos reais que foram gravados. Se você tem um teclado musical, muito provavelmente já baixou nele algum soundfont. O que precisamos aqui são soundfonts específicos que o Musescore reconhece. Não precisa ficar em pânico. Você vai poder baixá-los gratuitamente na internet.

O Musescore usa diferentes tipos de arquivos com extensões diferentes. Os arquivos com extensão sf2 e sf3 são do tipo MIDI, ou seja, é um código que diz ao computador de que forma produzir o som nos alto falantes. Já os arquivos com extensões sfz são arquivos de samples, ou seja, cada nota de um instrumento real foi gravada e estão dentro do arquivo compactado que você vai baixar. Isso significa que arquivos com extensão sfz são maiores e ocupam mais espaço de disco, por outro lado, se forem criados e gravados de forma profissional possuem um resultado fantástico.

Baixando os SoundFonts

Vamos então começar a baixar alguns soundfonts. Há vários sites na internet onde você pode encontrá-los e eu vou usar um deles para exemplificar. Você pode fazer a pesquisa no Google por soundfonts4U ou clicar no link : https://sites.google.com/site/soundfonts4u/ . Tire um tempo para explorar os diversos timbres disponíveis. Há inclusive links para ouvi-los. Então escolha aqueles que agradam mais e mãos a obra.

Instalando no Musescore

Após baixar os arquivos, chegou a hora de movê-los para a pasta correta dentro do Musescore. Para Windows e Mac, esta pasta fica dentro da pasta Documentos do seu computador. Abra a pasta Documentos e encontre a pasta Musescore. Se você tem o Musescore 3 instalado, verá uma pasta chamada Musescore3. Clique nela e encontrará diversas outras, sendo que uma delas é a pasta SoundFonts.

Se você tem muitos arquivos de soundfonts , eles irão ocupar muito espaço em seu computador. Uma alternativa é colocá-los em um HD externo em uma pasta de mesmo nome e criar um atalho dentro da pasta Musescore com o mesmo nome. Neste caso você pode apagar ou renomear a pasta Soundfont original, já que o Musescore entenderá que os arquivos estão no atalho. Eu fiz exatamente isso no meu Mac e você pode ver na figura a seguir que a pasta SoundFont é na verdade um atalho. No Windowns funciona da mesma maneira.

Pasta SoundFont no Mac como atalho

A figura a seguir, mostra em detalhes os arquivos que eu baixei e movi para esta pasta no meu HD e depois gerei o atalho dentro da pasta Musescore.

Arquivos Soundfonts no Mac

Carregando os Soundfonts no Musescore

Se você já baixou e moveu os seus arquivos para dentro da pasta Soundfont, seu próximo passo agora será abrir o Musescore. Vale lembrar que arquivos compactados devem ser descompactados antes. Ao abrir o Musescore você verá na tela de entrada a informação que ele está carregando os arquivos de soundfonts.

Musescore iniciando e carregando os SoundFonts
Musescore iniciando e carregando os SoundFonts

Com o Musescore aberto, vá ao menu principal e clique em visualizar (ou view), então busque a opção sintetizador (Synthesizer). Isso abrirá uma janela de controle do sintetizador na qual você verá várias abas. Uma delas é a aba Fluid, seguida da aba Zerbeus (são as duas primeiras). Os arquivos de extensões sf2 e sf3 ficam visíveis na aba Fluid e os de extensão sfz na aba Zerbeus. No entanto, quando você abre esta janela ainda não vê os arquivos que baixou, apenas os que já vêm com o Musescore.

Janela do Sintetizador do Musescore
Janela do Sintetizador do Musescore

Para carregar os arquivos baixados, clique em adicionar (Add). Ao fazer isso, verá uma lista de arquivos sf2 e sf3 (lembrando que estamos na aba Fluid).

Abrindo SoundFonts no Musescore
Abrindo SoundFonts no Musescore

No exemplo a seguir, eu carreguei um piano Rhodes da minha lista.

Rhodes EP Plus dos arquivos SoundFonts
Rhodes EP Plus dos arquivos SoundFonts

Se eu for até o Mixer (Clique em Visualizar (View) e então em Mixer) você verá a lista de instrumentos careregadas com com este arquivos. Veja que o arquivo Rhodes está na lista e traz algumas variações. Toque sua música e sinta as diferenças de timbres.

Mixer mostrando Soundfont Rhodes carregado
Mixer mostrando Soundfont Rhodes carregado

Trabalhando com Samples

Agora vamos fazer o mesmo com os arquivos de samples (arquivos que possuem extenção sfz). Abra o sintetizador novamente, mas desta vez abra a aba Zerbeus. Você verá vários arquivos que já vêm com o MuseScore. Então clique em adicionar (Add) e carregue e poderá carregar os arquivos que baixou.

No exemplo seguinte, eu baixei apenas um arquivo sfz e você pode ver que ele cria uma pasta (já descompactada) com os samples que são arquivos de áudio. Na verdade é um arquivo wave para cada nota do instrumento.

Samples na pasta SoundFont
Samples na pasta SoundFont

Veja o post em vídeo

Como mudar os timbres dos instrumentos no MuseScore

Adicione Qualquer Cifra em Partitura ou Tablatura com o Musescore

Se você é um usuário do Musescore, este post vai te ajudar a entender a funcionalidade de acordes que o software traz. Se você seguir o passo a passo, será capaz de inserir qualquer símbolo de acorde e também ouví-los à medida que a partitura ou tablatura é tocada. Não importa se o acorde em questão é simples, como tríades maiores e menores, ou mais elaborados como acordes diminutos, meio diminuto, aumentados, com sétima ou com tensões. Enfim, qualquer acorde mesmo. É simples e fácil.

Caso você não seja um usuário do Musescore, poderá fazer o download na página oficial do software: https://musescore.org/pt-br . Este é um software open-source, ou seja, é gratuito e você pode utilizá-lo mesmo comercialmente. Há versões para Windows, Mac e Linux. Não perca mais tempo! Faça o download hoje e use nossos conteúdos sobre Musescore aqui no site ou em nosso canal do You Tube.

Inserindo Acordes

Há duas maneiras de inserir acordes no Musescore. Depois que você iniciar o software, você precisa escolher uma nota ou uma pausa na partitura e clicar nela. Então, após clicar, vá no menu principal e escolha as opções: Add (Adicionar), Text (Texto), e finalmente Chord Symbol ( Símbolo de Acorde). Se você trabalha com o software em português, verá as opções também em português, mas deixo aqui as opções também em inglês.

Inserção de cifras usando o Musescore
Inserindo cifras com Menu Principal

Você pode também usar o atalho Ctrl+K no Windows ou Cmd + K no Mac para obter o mesmo resultado. Logo após executar uma destas duas opções, você verá um quadrado com um cursor dentro sobre a nota ou pausa escolhida. Basta então digitar o símbolo do acorde e dar enter. Você vai ouvir o som do acorde que acabou de inserir. Se não estiver ouvindo, você vai precisar alterar a configuração do seu Musescore.

inserindo cifras no Musescore
Inserindo ou Editando Cifras

Mudando a Configuração para Habilitar o Desabilitar o som do Acorde

Para alterar a configuração de tocar o som da cifra do acorde, vá ao menu principal, clique em visualizar (View) e escolha Inspetor (Inspector). O atalho para o inspetor é F8. Com ele aberto, você verá as opções das cifras do acorde. Deixe ticado a opção Tocar (Play). Há outras opções de configuração como interpretação, voicing e duração que não cobriremos neste post.

Mudando as configurações das cifras no Musescore
Alterando a Configuração das Cifras

Editando a Cifra

Após ter colocado a cifra e teclado enter, você ainda pode alterá-la. Dê um duplo clique sobre ela e poderá editá-la.

Use as letras de A a G correspondente a cada nota do acorde (A=lá, B= si, C= dó, D= ré, E= mi, F= fá, G= sol). Se precisar adicionar acidentes nos acordes use # para sustenido e a letra b para bemol.

Você pode também trabalhar com dobrado sustenido ou dobrado bemol. Basta inserir o símbolo duas vezes desta forma: C## ou Bbb.

Dobrado Sustenido e dobrado bemol
Dobrado Sustenido e Dobrado bemol

Acordes Maiores, Menores, com Sétima e com Sétima Maior.

Para adicionar acordes com sétima, basta colocar o número 7 logo após a letra com o nomee do acorde. Por exemplo, para inserir o acorde de dó sustenido com sétima digite C#7 na área de edição. O mesmo se aplica a acordes menores com sétima, como por exemplo o dó menor com sétima, Cm7 deve ser digitado na área de edição.

Já para os acordes com sétima maior, temos três opções. No lugar do número 7, digite maj7, ma7 ou t7. A letra t se transformará em um triângulo, que também é usado para cifrar os acordes com sétima maior. Assim, o dó maior com sétima maior será editado digitando Cma7, Cmaj7 ou Ct7. Da mesma forma para os acordes menores com sétima maior. Por exemplo, o acorde de ré menor com sétima maior fica: Dm ma7,Dm maj7 ou Dm t7.

Acordes maiores e menores com sétima maior

Acordes Invertidos com baixo cifrado

Para adicionar uma cifra de acorde invertido com o baixo cifrado, basta digitar no campo de edição o acorde, então barra “/” e finalmente qual nota irá no baixo. Vamos dizer que você quer adicionar o acorde de dó maior com baixo no sol ( que é a quinta do acorde). Você digitará C/G. Vamos agora dar um exemplo de tetracorde com baixo na sétima. Imagine que ser inserir o acorde de dó maior com sétima com o baixo no si bemol, então irá digitar C7/Bb.

Acordes invertidos com baixo cifrado.
Acordes invertidos com baixo cifrado

Acordes Diminutos e Meio Diminutos

Os acordes diminutos são formados pela tônica, terça menor, quinta diminuta e sétima diminuta. Você pode inseri-lo na partitura digitando na área de edição as letras dim após a letra do acorde. Outra formas, é usar a letra o. Assim, o acorde de dó diminuto deve ser inserido assim: C dim ou Co.

Já os acordes meio diminutos, são similares, mas ao invés de ter a sétima diminuta, ele mantém a sétima menor, assim fica tônica, terça menor, quinta diminuta e sétima. Para cifrar digite b5,7 após o nome do acorde ou 0 (zero). Assim, para cifra o acorde de ré sustenido meio diminuto digite D#0 ou D#b5,7.

Acordes Diminutos e Meio Diminutos

Acordes Aumentados.

Os acordes aumentados possuem a quinta aumentada em meio tom. Você pode usar o simbolo +, ou digitar 5+ ou ainda 5#. Outra alternativa é digitar aug (de augmented que quer dizer aumentado em inglês). Assim, o acorde de dó aumentado pode ser cifrado das seguintes formas: C+, C5#, C5+, C aug. Se for menor, segue a mesma regra: Cm+, Cm5#, Cm5+ ou Cm(aug).

Acordes maiores e menores aumentados.
Acordes maiore e menores aumentados

Acordes Suspensos

Os acordes suspensos são aqueles em que a terça é substituída pela segunda ou quarta do acorde. Geralmente, quando o acorde é escrito apenas como sus, subentende-se que trata-se da quarta. A forma mais precisa, porém , é cifrar sus2 ou sus4. assim, o acorde de dó suspenso fica Csus, Csus2 ou Csus4.

Acordes suspensos
Acordes Suspensos

Adicionando Tensões aos Acordes

As tensões são adicionadas aos acordes se sétima, sejam eles maiores ou menores. Desta forma, você pode ter, por exemplo, o acorde de dó menor com sétima maior com nona e décima primeira aumentada, ou Cm Cmaj7(9,#11). Você pode també usar b9 para nona menor, #9 para nona aumentada, ou ainda 13, b13 ou #13. Você também pode usar + ou – ao invés de # ou b. Atenção especial no caso em que você quer apenas adicionar a nona em um acorde sem a sétima. Neste caso, use o acorde com nona adicionada. Por exemplo, o acorde de dó maior com a nona adicionada fica Cadd9.

Acordes com tensões
Acordes com Tensões

Para mais detalhes assista também o vídeo a seguir no nosso canal do You Tube. Neste video, demonstramos o passo-a-passo usando o programa Musescore.