Três Dicas para sua música soar como jazz

Que tal tocar seus arranjos de com jeitão de jazz? Neste post vamos dar três dicas preciosas que podem ser aplicadas a quaisquer instrumentos.

O jazz é um gênero musical rico e versátil que se originou nos Estados Unidos no final do século XIX ao longo do tempo tem influenciado outros gêneros musicais. Com harmônias mais elaboradas, ritmos improvisados e instrumentação característica, o jazz tem um som único que o distingue de outros gêneros.

Se você está interessado em dar à sua música um toque de jazz, há muitas maneiras de fazer isso. Neste post, vamos explorar três delas, que com certeza farão a diferença.

Dica 1: Walking Bass

A primeira delas é o walking bass que é um elemento fundamental no jazz. Trata-se da linha do baixo que se move constantemente de uma nota para outra, criando um efeito de “caminhada”.

O walking bass pode ser acompanhado por uma bateria ou outros instrumentos rítmicos, mas se você toca , por exemplo, piano solo pode marcar os tempos de cada nota com o ritmo suingado do jazz. Além de criar uma base sólida para o resto da música, o walking bass também pode ser usado para adicionar interesse harmônico à música, pois pode ser usado para tocar acordes e melodias.

Vamos tomar como exemplo a música Moon River. Considere a sequência 1,2,3 e 5, sendo que 1 refere-se á tônica do acorde em questão, 2 a segunda (que também é a mesma nota da nona), 3 é a terça do acorde e 5 a quinta. Então no primeiro compasso, temos o acorde de fá maior, e o walking bass fica Fá, sol, lá e dó. Já no segundo compasso temos o ré menor então temos ré, mi, fá e lá, sempre pulando a quarta. Isso já vai dar uma cara nova no seu jeito de tocar.

Trecho da linha do baixo para a música Noon River

Existem outras formas de walking bass e você pode ver mais sobre este tema em outro post que publicamos clicando aqui. Para manter a simplicidade, neste post usaremos esta forma mais simplificada, mas que já traz um resultado expressivo.

Dica 2: Adicione Sétimas e Tensões

A segunda forma de dar uma cara de jazz é adicionar tensões.

As tensões são notas adicionais incluídas em um acorde musical que são usadas para adicionar profundidade e complexidade à harmonia. Elas podem ser adicionadas a tríades ou tétrades que são acordes de três e quatro notas respectivamete. São chamadas de “tensões” porque, quando são tocadas junto com as notas do acorde, elas criam um sentimento de tensão e instabilidade no som que precisa ser resolvido.

Existem várias tensões diferentes que podem ser incluídas em acordes, cada uma com um som e uma função específicos. As tensões são adicionadas em geral sobre acordes com sétima ou com sétima maior, mas também podem ser adicionadas à tríades.

As tensões mais comuns usadas no jazz são a nona ( ou segunda) , e a décima terceira (que ´é a mesma nota da sexta). Tanto a nona quanto a décima terceira podem ser maior ou menor. A alteração da quinta tamb´ém é bastante utilizada. Quando a quinta é alterada meio tom abaixo sobre um acorde menor, produzimos os acordes diminutos e meio diminutos. Para saber mais sobre acordes diminutos, dê uma olhada neste post: O que são e como usar os Acordes Diminutos

Adicionando a Sétima do Acorde

No exemplo a seguir, no primeiro compasso do nosso exemplo, Moon River, o Fá maior foi substituído por F M7 ( fá maior com sétima maior). Perceba que a clave de fá, que neste caso é a mão esquerda do piano, mas poderia ser o contrabaixo, temos a fundamental do acorde que é a nota fá. Neste caso ela foi duplicada e está soando oitavada, dando a sustentação do acorde. Na mão direita do piano, que também poderia ser o violão, por exemplo, não temos a fundamental, já que o baixo cumpriu seu papel na mão esquerda ou contrabaixo.

O acorde de Fá maior é formado pelas notas Fá, lá e dó. A sétima maior do acorde de fá maior é a nota mi (localizada meio tom abaixo da tônica ou a sétima nota da escala de fá maior que é Fá(1), sol (2), lá (3), sib (4),dó (5), ré (6) e mi(7)). Este já é um som bem característico do jazz.

Exemplo de acordes com sétima

Já no acorde do segundo compasso, perceba que adicionamos a sétima dominante ao invés da sétima maior. Neste caso, o acorde de ré menor é formado pelas notas ré, fá e lá. A sétima dominante, ou sétima menor, ou simplesmente sétima está um tom abaixo da tônica, ou é a sétima nota da escala abaixada em um semitom. Assim, adicionamos a nota dó ao acorde de ré menor para obter o acorde de ré menor com sétima. No baixo, mantemos o mesmo padrão, mas agora nossa fundamental é a nota ré. Você pode já juntar a dica 1 com esta dica fazendo o walking bass na linha do baixo.

Adicione as Tensões

Para acordes maiores podemos adicionar sétima maior como vimos anteriormente mas também as nonas. Já para os acordes menores, adicionamos a sétima (também chamada de sétima menor ou dominante), mas também podemos adicionar a nona do acorde.

Em acordes MAIORES podemos adicionar SÉTIMA MAIOR e a NONA, mas em acordes MENORES podemos adicionar a SÉTIMA DOMINANTE e NONA.

Outras dissonâncias como acordes diminutos e meio diminutos também funcionam como acordes de tensão. Na sequência da música Moon River, temos dois exemplos de tensões: O acorde Mi meio diminuto , Em7(b5) que al´ém da sétima dominante possuiu a quinta diminuta, ou seja meio tom abaixo da quinta do acorde. Já o acorde seguinte é o mesmo acorde, mas com a adição da nona que dá uma tensão ainda maior e cabe ao músico decidir se quer usá-lo ou não.


Exemplo de Tensões adicionadas aos acordes ( Moon River)

Dica 3 : Adicione Ritmo e Swing

A última dica é então adicionar uma levada de swing ao ritmo de sua interpretação. O swing é um estilo rítmico comum na música jazz que dá ao ritmo um toque levemente “desbalanceado”. Você pode adicionar swing à sua música usando um groove de swing na programação da bateria ou tocando os seus ritmos com um swing. Para isso, treine o ritmo primeiro batucando até sentir que está confortável, então vá para o instrumento e toque com a mesma levada. Não tenha pressa.

Ritmo em Swing (Jazz)

Perceba que o ritmo não está na cabeça da nota, mas um pouco atrasado, marcando mais o segundo beat do tempo. Após praticar apenas o ritmo, faça o mesmo com os acordes. No piano vai ficar conforme o exemplo a seguir. Pratique primeiro sem fazer o walking bass até ter o ritmo e os acordes sob seu domínio. Pratique com cada acorde da música separadamente como escrito a seguir para o acorde de F M7(9).

Acordes com swing

Juntando Tudo

Agora é o momento de juntar as três dicas e acrescentar o walking bass. O exemplo a seguir mostra o acompanhamento com acordes já com sétimas e tensões e o ritmo em suingue.

Acordes com tesnões, ritmo e walking Bass

Finalmente, você pode adicionar a melodia e improvisação, mas isso é assunto para outro post. Para praticar sozinho, grave a melodia e faça o acompanhamento ao piano. Se está tocando guitarra ou violão, que tal praticar junto com um amigo ou amiga baixista que fará o walking bass. Caso ninguém esteja disposto a praticar com você, grave a melodia e o baixo e faça o acompanhamento suingado no violão. Outra dica é usar o software de edição musical MuseScore

Este post foi inspirado nas dicas da pianista Sangah Noona. Não deixe de verificar o canal dela e deixar seu jóinha.

What a Wonderful World: 2 Arranjos para violão com Tablatura.

𝓢𝓸𝓫𝓻𝓮 𝓪 𝓜𝓾́𝓼𝓲𝓬𝓪

A canção What a wonderful world foi gravada pela primeira vez por Louis Armstrong em 1967. Esta música foi composta por Bob Thiele e George David Weiss e tornou-se famosa depois de aparecer no filme Bom dia Vietnam (Good Morning Vietnam) em 1987.

𝓒𝓾𝓻𝓲𝓸𝓼𝓲𝓭𝓪𝓭𝓮 𝓼𝓸𝓫𝓻𝓮 𝓪 𝓰𝓻𝓪𝓿𝓪𝓬̧𝓪̃𝓸

A música foi gravada após a meia noite, porque Armstrong estava tocando no Tropicana Hotel em Las Vegas, então ele preferiu gravar em algum estúdio próximo. O escolhido foi o estúdio Bill Porter’s United Recording studio. A gravação começou logo após o show de Louis Armstrong, e às 2 da matina os músicos estavam a postos e a fita rolando.

A letra fala a respeito de pequenas coisas do nosso dia a dia que fazem a diferença ao observá-las. O problema é que estamos tão ocupados com nossos afazeres que deixamos a vida escorrer pelos dedos.Olhar a natureza, observar as pessoas e seus relacionamentos, perceber como bebês de repente se tornam crianças que correm de um lado pra outro e então já são adultos nos leva a refletor o real sentido da vida. A frase que diz que os bebês aprenderão coisas que nós jamais saberemos é profética e prevê a rápida evolução do conhecimento.

Neste post apresentamos dois arranjos para solar What a Wonderful World no violão. O primeiro é mais simples deve ser executado com outro instrumento de acompanhamento, que pode ser outro violão, piano ou teclado, por exemplo. Neste primeiro arranjo, o violão faz apenas o solo, o que facilita a execução. Se você é principiante comece por ele. O segundo já é mais elaborado e tanto solo quanto harmonia da música são tocadas de uma vez no estilo fingerstyle. Neste caso, a partitura mostra também a digitação, ou seja, qual dedo deve ser usado em cada nota ou acorde.

Primeiro Arranjo: Violão solando a melodia

Neste arranjo, a partitura mostra as notas da melodia, seguidas da tablatura, mas também mostra a letra e os acordes para serem usados em um segundo instrumento harmônico. A tonalidade é dó maior em 4 por 4 e 75 bpm. Para iniciantes que queiram praticar junto com o vídeo, você pode reduzir a velocidade clicando na engrenagem do vídeo no You Tube. E não se esqueça de afinar seu instrumento pelo diapasão em 440 hz. Se quiser comprar a versão impressa da partitura clique aqui ou no botão abaixo do vídeo.

Segundo arranjo

O segundo arranjo traz a partitura completa para violão em fingerstyle. O arranjo também está em dó maior, 4 por 4 e em 75 bpm. No entanto, é mais elaborado, com acordes em bloco em diferentes regiões do braço. É relativamente fácil para tocar para violonistas em nível intermediário. Você também pode comprar a partitura com tablatura, digitação, acordes e letra clicando aqui ou no botão abaixo do vídeo.

🅻🅴🆃🆁🅰 ​ 🅳🅰 ​ 🅼🆄́🆂🅸🅲🅰

I see trees of green, red roses too
I see them bloom for me and you
And I think to myself: What a wonderful world

I see skies of blue and clouds of white
The bright blessed days, the dark sacred night
And I think to myself: What a wonderful world

The colors of the rainbow, so pretty in the sky
Are also on the faces of people going by
I see friends shaking hands, saying: How do you do?
They’re really saying: I love you!

I hear babies crying, I watch them grow
They’ll learn much more, than I’ll never know
And I think to myself: What a wonderful world
Yes, I think to myself: What a wonderful world

🆃🆁🅰🅳🆄🅲̧🅰̃🅾

Eu vejo as árvores verdes, rosas vermelhas também
Eu as vejo florescer para mim e para você
E penso comigo: Que mundo maravilhoso

Eu vejo os céus tão azuis e as nuvens tão brancas
O brilho abençoado do dia, e a escuridão sagrada da noite
E eu penso comigo: Que mundo maravilhoso

As cores do arco-íris, tão bonitas no céu
Estão também nos rostos das pessoas que passam
Vejo amigos apertando as mãos, dizendo: Como vai você?
Eles realmente dizem: Eu te amo!

Eu ouço bebês chorando, eu os vejo crescer
Eles vão aprender muito mais que eu jamais vou saber
E eu penso comigo: Que mundo maravilhoso
Sim, eu penso comigo: Que mundo maravilhoso