Walking Bass : Um guia para dominar a arte da linha do baixo.

Se você é um baixista, provavelmente já ouviu falar do termo walking bass ou “baixo andante” . Essa técnica é uma marca registrada do jazz, blues e muitos outros gêneros, sendo uma habilidade essencial para qualquer baixista ter em seu arsenal. Em cada gênero, a abordagem ao walking bass pode ser ligeiramente diferente, portanto, é importante entender o contexto e o estilo da música que você está tocando. Neste post, exploraremos o que é o baixo andante, como tocá-lo e como você pode usá-lo para levar suas linhas de baixo ao próximo nível.

O que é Walking bass ou Baixo Andante?

Baixo andante é um estilo de tocar baixo que enfatiza um ritmo constante e uma abordagem melódica. Ao contrário de outros estilos de tocar baixo, como tocar notas raiz ou padrões simples, o baixo caminhante cria um som fluído e em constante movimento que apoia a música e adiciona profundidade ao som geral.

Os fundamentos do walking bass

Para tocar baixo andante, você precisa entender alguns conceitos básicos. Primeiro, você precisa conhecer os acordes e a progressão da música que está tocando. Segundo, você precisa ter uma compreensão sólida das escalas e como elas se relacionam com cada acorde na música. E, finalmente, você precisa saber como criar uma linha melódica que flua suavemente de um acorde para o próximo.

iconFórmulas para Walking Bass

A primeira fórmula que chamaremos de 1935 é escrita em um compasso 4 por 4 sendo tocada uma nota do baixo para cada tempo do compasso sendo a primeira nota a tônica (1), a segunda a nona ou segunda (2), a terça (3) e a quinta (5). Na mão direita são feitos os acordes seguindo a progressão harmônica  2-5-1.  Neste exemplo, estamos sobre o tom de dó maior, então os acordes da progressão serão Dm7 que é o segundo grau do campo harmônico de dó maior, G7, quinto grau e C7M que é o acorde de primeiro grau.

No exemplo abaixo, escrevemos os acordes no ritmo swing feel mostrando o movimento de sincopado do ritmo. Em geral, o swing não é escrito desta forma na partitura, mas apenas indicando que duas colcheias devem ser tocadas em tercinas conforme mostrado a seguir: 

Padrão 1 :  1235  ou 1935

Padrão 2: 19345 ou 12345

Neste padrão há a inserção da quarta como nota de passagem.

,

Vídeo

Vou deixar abaixo um vídeo do Mestre Nelson Faria com algumas dicas adicionais de Walking Bass

Pra que servem as escalas?

Muitos iniciantes da arte da música se questionam por que estudar as escalas musicais. Qual a sua importância? Para simplificar vamos começar fazendo uma analogia com o idioma que falamos. Gosto desta comparação porque no fundo a música é uma linguagem. Se em nosso idioma as letras formam as palavras, na música as notas formam as melodias. No entanto, uma lista de palavras não significa nada se não estiverem organizadas em frases e orações e de acordo com as regras gramaticais. Muito bem, na música, as escalas são as regras gramaticais.

As escalas são as regras gramaticais na música

Escalas e expressão musical

Toda melodia é escrita seguindo as regras da escala e, da mesma forma, os acordes são formados e usados sobre a escala musical. Além disso, é a escala na qual a música se baseia que confere à musica a expressão que o artista quer transmitir. Na música popular, por exemplo, as escalas mais utilizadas são as escalas maiores e menores. Daí  dizemos que uma música em tonalidade menor transmite uma expressão mais melódica, mais triste, enquanto uma música em tonalidade maior tem uma expressão mais alegre.

Tom e tonalidade

É preciso diferenciar tom e tonalidade, pois estes conceitos são muito próximos e dependem um do outro. Dizemos tom de dó ou de ré, mas tonalidade maior ou menor. Assim o que caracteriza uma escala maior é a relação entre os intervalos entre cada grau da escala e tom quando fazemos a transposição desta escala mantendo suas “regras gramaticais”. A escala de dó maior é a mais simples e mais conhecida, pois basta tocar as teclas brancas do piano iniciando na nota dó. Nesta escala temos uma relação de tom, tom, semitom, tom, tom, tom, semitom.

Graus da escala

O conceito de graus de uma escala nos permite manter esta relação em qualquer tom, assim, dizemos que a primeira nota da escala é o primeiro grau, a segunda nota é o segundo grau e assim sucessivamente. Desta forma, se tenho a escala de ré maior, por exemplo, meu primeiro grau é a nota ré, o segundo é a nota mi que está um tom acima, o terceiro é a nota fá sustenido e não fá, pois entre o segundo e terceiro graus devemos manter a “regra gramatical” de um tom, e sabemos que de mi para fá temos apenas meio tom ou um semitom.

Parece complicado, mas uma vez entendido como se formam as escalas maiores, podemos construir qualquer outra, sejam escalas menores, modos gregos, blues maior ou menor, bebop, enfim, é como tornar-se poliglota, podendo permear por vários idiomas dos estilos musicais. Dê uma olhada em nosso vídeo de como construir as escalas maiores em todos os doze tons. Divirta-se!

Vídeo : Escalas maiores naturais

Escalas maiores demais tonalidades