Serenata ou no inglês Serenade de Franz Schubert é uma peça musical clássica. Neste post indicamos o vídeo com o arranjo para violão que também é um tutorial. Nele você pode acompanhar a partitura para violão clássico, mas também a tablatura e as cifras dos acordes, facilitando o aprendizado da música.
Você pode praticar junto com o vídeo como um play along. Uma dica legal é diminuir a velocidade do vídeo clicando na engrenagem e escolhendo um andamento mais lento e quando se sentir mais confiante, volte o vídeo para a velocidade original.
Schubert nasceu em 1797 em Viena, na Áustria e é um compositor que situa-se entre o período clássico e o romantismo.
Um pouco de História
“Ständchen“, conhecida como Serenata ou no inglês Serenade, é uma composição de 1826 e foi usada em uma peça teatral de William Shakespeare de 1623, cujo nome é Cymbeline ou em portugês Cimbelino, também conhecida como a Tragédia de Cymbeline.
A tragédia de Shakespeare conta a história do rei Cimbelino que perde dois filhos num sequestro. Além disso, Imogênia, sua única filha, casou-se em segredo com o humilde Leonato. O rei então decide bani-lo a fim de separá-los. Já na Itália, longe da amada, Leonato entra em uma aposta com Iachimo, na qual assegura que sua mulher nunca o trairia. Iachimo arma um plano e consegue provar o contrário, deixando Leonato desolado e ávido por vingança. Enquanto isso, a segunda esposa de Cimbelino conspira contra o casamento da enteada e planeja friamente o assassinato de pai e filha.
Curiosidades:
Esta história foi adaptada para nossos dias no filme Cymbeline, de 2015 que conta com atores como: Ed Harris e Dakota Johnson (A Anastácia de 50 tons de cinza).
Serenata de Schubert teve sua primeira publicação em 1830, dois anos após a morte do compositor.
Versão para Violão
A versão original de Serenata de Schubert está no tom de mi menor, e o arranjo para violão no vídeo a seguir está em lá menor.
Se você toca por cifras, com certeza já se deparou com um acorde separando duas cifras de notas por barras. Ou se você toca por partitura, com certeza sabe o que é encadeamento de acordes. A inversão de acordes é essencial para um bom encadeamento dos acordes ao piano, mas também traz brilho ao permitir que diferentes baixos sejam tocados ao violão com o mesmo acorde. Fica comigo até o final deste post porque vamos desmistificar este assunto.
Definição de acorde
Primeiro vamos definir o que é um acorde. A combinação de dois sons caracteriza um intervalo e a partir de três notas soando juntas, temos o que chamamos de acordes. As tríades são também chamadas de acordes de quinta e as tétrades acordes de sétima. No entanto, podemos ter acordes também de cinco notas ou mais. Os acordes de cinco sons são chamados de acordes de nona e os de seis sons acordes de décima primeira (Bohumil Med, Teoria da Música)
Inversão das tríades
Uma tríade pode ter duas inversões, assim temos três opções de montar o acorde. Considere, por exemplo, o acorde de dó menor, cuja cifra é Cm. As notas do acorde são: dó, mi bemol e sol. Quando executadas nesta ordem, estão em posição fundamental. Na primeira inversão a terça do acorde, no nosso caso o mi bemol (Eb), será a nota mais grave do acorde. Desta forma o acorde de dó menor na primeira inversão fica Mi bemol, sol e dó. Já na terceira inversão, a nota mais grave é a quinta do acorde ficando da seguinte forma: sol, dó e mi bemol.
Aplicação das inversões no piano
No piano e no teclado, o uso das inversões permite um melhor encadeamento entre dois acordes, evitando saltos. O encadeamento sem saltos é mais suave, e por isso é a forma adotada pelos músicos profissionais. Uma música tocada com todos os acordes na posição fundamental mostra que o músico é principiante. O exemplo a seguir mostra o encadeamento de acordes no tom de sol maior nas progressóes V-I e II-V-I.
As cifras com barras definem o baixo do acorde. Nos exemplos anteriores não estamos mostrando a mão esquerda, mas como não há barras indicando um baixo diferente da fundamental do acorde, o baixo na mão esquerda será a fundamental do acorde. Assim, no acorde de ré maior, a mão esquerda toca ré, no acorde de sol maior, sol e assim sucessivamente. No entanto, o baixo pode também estar na terça ou na quinta do acorde. Assim, se temos o acorde de D/F#, temos o baixo na terça ou D/A, temos o baixo na quinta.
Ao piano então podemos usar qualquer inversão na mão direita, mas se o baixo na mão esquerda estiver na terça ou na quinta devemos cifrar indicando o baixo a ser tocado após a barra. O exemplo a seguir mostra este exemplo para piano.
Aplicação das inversões no violão
Até aqui vimos a aplicação das inversões de acordes para piano. Mas e no violão? Como são executadas? No caso do violão, há diversas posições em que os acordes podem ser executados e basicamente três cordas que podem tocar o baixo. A exceção é o violão de sete cordas que possui um bordão as mais.
Uma vez conhecendo as posições de cada nota no braço do instrumento, é possível estabelecer desenhos ou fôrmas para cada cada acorde, sendo este invertido ou não.
Notas formadas no braço do violão
É preciso saber as notas no braço do violão para cada posição ou casa. A partitura e a tablatura a seguir mostram as notas das cordas soltas do violão iniciando na sexta corda com o mi, na quinta corda temos o lá e na quarta corda o ré formando o conjunto dos bordões que são usados no baixo. Na sequência temos o lá na terceira corda, o si na segunda e finalmente o mi na primeira. Note que a primeira corda solta está duas oitavas acima da sexta corda solta. A circunferência com o zero inscrito mostra que a corda deve ser tocada solta.
Na partitura e tablatura a seguir, mostramos todas as notas formadas na sexta corda do violão iniciando com a corda solta e a partir daí apertando cada casa do braço até a casa 12 cobrindo assim uma oitava cromática ( de meio em meio tom) em uma mesma corda. Neste caso vamos de mi a mi.
A mesma coisa pode ser feita nas demais cordas, assim, a quinta corda vai cobrir uma oitava de lá a lá, a quarta corda a oitava de ré a ré e assim sucessivamente como podemos ver nas figuras a seguir.
Estabelecendo padrões
Uma vez que sabemos onde encontram-se as notas no braço do instrumento, podemos estabelecer padrões ou desenhos com base em acordes conhecidos. Por exemplo, se temos o acorde de lá maior, cujo baixo é a corda lá solta e agora queremos executar o acorde de A/C#, basta pressionar a corda lá na quarta casa. Este desenho ou padrão pode ser arrastado de casa em casa no braço do violão para formar acordes que serão acrescidos de um semitom tanto no acorde quanto no baixo.
Assim, se movemos tudo para trás temos o acorde de Ab/C ou G#/D#. Da mesma forma, se avançamos a nossa fôrma de acorde teremos: A#/C## ou Bb/D. O exemplo as seguir mostra todos os acordes formados com esta fôrma em A. mantivemos a notação mais simples evitando dobrado sustenidos ou dobrados bemóis.
Perceba no exemplo que o número do lado da nota representa o dedo a ser utilizado. O número 1 repetindo em todas as notas com exceção do baixo sugerem uma pestana com o dedo 1 e o uso do dedo 3 (anular) para executar o baixo na terça. Já o número 4 dentro do círculo está indicando que aquela nota, no nosso caso o baixo, deverá ser executado na quarta corda.
Inversão de acordes menores
O mesmo procedimento podemos aplicar ao acorde menor. Neste caso, o baixo será na terça menor. O exemplo a seguir mostra a mesma fôrma de A, mas agora com a terça menor.
Usando o mesmo raciocínio podemos encontrar outras fôrmas para executar os mesmos acordes. No caso da guitarra, há uma maior disponibilidade de espaço no braço, o que permite a utilização de mais opções.
Vídeos selecionados
A seguir deixo o vídeo do Philippe Lobo no canal do Cifra Club que apresenta de forma bastante clara e pausada este tema aplicado ao violão.
Outro vídeo muito útil é a dica do mestre Nelson Faria mostrando como encontrar as inversões de acorde no braço do violão
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