Há três elementos básicos na nossa música: A melodia, a harmonia e o ritmo. A combinação destes elementos é a base de qualquer composição. Há outros como: timbre, altura, tempo, altura, textura, forma, etc. No entanto se você quer iniciar o estudo musical deve começar pelos três primeiros. Então valos lá!
O Ritmo
O ritmo é o elemento mais primitivo da música. O ritmo é caracterizado pela repetição de um padrão de alternância entre movimentos fortes e fracos. O batimento do coração segue em padrão rítmico assim como as ondas do mar. O número de batidas fortes e fracas e a duração de cada uma delas em um período de tempo é diferente em cada estilo musical. Basta ouvir o som do batuque da escola de samba para se identificar com o samba brasileiro.
Representação gráfica do ritmo
Para representar o ritmo é preciso estabelecer o conceito de figuras que determinam a duração de cada nota. A batida rítmica em um surdo ou caixa de repique é de certa forma uma nota musical. O tímpano, por exemplo, é um instrumento musical afinado e sua nota coincide com a nota musical dos demais instrumentos. Então, para estabelecer os padrões rítmicos precisamos definir quatro grandezas musicais.
As 4 grandezas musicais
A primeira é o andamento que é medido em batidas por minuto ou bpm ( em inglês: beat per minute). O segundo é o padrão de repetição que chamaremos de fórmula de compasso. Assim, uma valsa é uma batida forte seguida de duas fracas. O terceiro elemento são os valores das figuras que determinarão a sua duração e o quarto é o tempo de duração de cada nota. Os valores das notas mostram quanto tempo ela estará soando em relação às demais. É importante notar que o tempo é uma grandeza relativa enquanto o andamento ou beat é uma grandeza absoluta. Grandezas absolutas são medidas em relação a um referencial, ou seja, 40 batidas por minutos podem ser cronometradas. Já o tempo divide um determinado trecho da composição que chamaremos de compasso e repete o mesmo padrão até o final ou até que haja alguma indicação de que ele deva ser alterado. Vamos imaginar que tenhamos uma valsa. Então o ritmo será forte, fraco, fraco, forte, fraco, fraco, forte,fraco, fraco, etc. Percebemos que há um padrão repetindo a cada batida forte. Então definimos o nosso compasso como ternário. Isto significa que haverá três batidas por compasso. A duração das batidas, no caso da valsa são iguais, ou seja, possuem a mesma duração.
A nota de maior duração é a semibreve que é representada por uma figura fechada e sem preenchimento. A esta representação se adicionamos uma haste, reduzimos sua duração pela metade e esta figura passa a se chamar mínima. Uma vez preenchida a cabeça da nota ela reduz novamente pela metade o seu valor quando comparada à mínima e passa a se chamar semínima. Quando acrescentamos um sinal de colcheia a esta figura, novamente reduzimos seu valor pela metade e seu nome passa a ser colcheia. Acrescentando mais um sinal de colcheia à figura temos a semicolcheia que tem a metade da duração da colcheia. Fazendo novamente o mesmo procedimento temos a fusa e que vale metade da semicolcheia e a semifusa que tem metade da duração da fusa. Com isso, podemos representar graficamente um ritmo.
A Harmonia
A própria definição da palavra nos diz que este elemento busca combinar os sons de forma que sejam agradáveis. A música moderna faz uso de técnicas que vão além da harmonia clássica, mas mesmo uma distorção mais pesada de uma guitarra é feita dentro de um contexto. A música popular usa os conceitos de harmonia da música clássica que por sua vez está embasada na física do som.
A descoberta de Pitágoras
Este assunto foi estudado primeiramente por Pitágoras que datam do século VI a.C. Sim, é o mesmo cara do teorema do triângulo retângulo. Pasmem, mas a harmonia musical está embasada em conceitos de geometria. Na verdade, o conceito de afinação de um instrumento está baseada nestes conceitos tão antigos. Pitágoras percebeu que há uma relação sonora que de certa forma casa uma nota com outra formando um som agradável ao ouvido. Chamamos a estes sons de série harmônica. Quanto mais grave for uma nota mais frequências são ouvidas simultaneamente quando tocamos aquele som. Experimente tocar a sequência de notas a seguir ao piano: dó, dó, sol, dó, mi, sol… Percebe a consonância do som? Na verdade é isso que caracteriza o acorde e na verdade estamos tocando o acorde de dó maior que é formado sobre a série harmônica de dó. Desta forma, a harmonia preenche a música com sons que possuem uma combinação agradável ao nosso ouvido. A música clássica é bastante rígida quanto às regras de harmonia, já a música contemporânea permite-nos um range maior de experimentação que pode agradar a uns e não a outros. É comum considerar que a harmonia é a sobreposição de notas em uma da escala. Na verdade, não é só isso.
A melodia
A melodia é a sucessão de notas musicais dentro de um contexto rítmico e harmônico. A melodia é o tema de uma composição. Se a composição musical fosse comparada com um livro, a melodia seria texto que deve seguir às regras gramaticais e de pontuação da mesma forma que o músico ao compor deve seguir as regras de harmonia e ritmo.
Uma canção pode ou não ter letra, mas a melodia não pode faltar. Na música popular, a letra segue a mesma relação de ritmo e harmonia que a melodia. Um improviso de jazz é uma melodia que está sendo composta em tempo real, e assim como devemos conhecer o idioma que falamos para não cometer gafes, o músico deve conhecer as relações entre escalas, tonalidades, ritmos, enfim, toda a “gramática musical” para uma performance perfeita.
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