A Magia do Bandolim: Origem e História deste fascinante Instrumento.

A música é uma linguagem universal que transcende fronteiras e culturas, e um dos instrumentos que tem contribuído para essa conexão universal é o bandolim. Neste post, vamos explorar a rica história e as nuances deste fascinante instrumento de cordas, mergulhando na sua evolução, influência cultural e musical, e sua relevância na cena musical contemporânea.

Raízes Históricas do Bandolim

O bandolim, como muitos outros instrumentos musicais, tem raízes históricas profundas que remontam a séculos atrás. Suas origens estão ligadas aos períodos medieval e renascentista, quando começou a se destacar como um instrumento versátil e encantador. No entanto, sua primeira aparição oficial ocorreu no sul da Itália, na primeira metade do século XVII.

Inicialmente, o bandolim era utilizado para a execução de música popular e, em especial, na música folclórica napolitana. O sul da Itália era o berço dessa tradição musical única, e o bandolim desempenhou um papel central na criação e transmissão dessas melodias cativantes.

A Diversidade de Bandolins

Uma característica fascinante do bandolim é sua diversidade. Na sua forma inicial, havia uma rica variedade de bandolins, cada um com diferentes formas e números de cordas. A diversidade era tão ampla que, somente na metade do século XVIII, houve uma padronização da forma clássica do bandolim em formato de gota. Essa padronização foi enriquecida pelo trabalho da família Vinaccia, uma família de luthiers que soube valorizar e aprimorar o instrumento.

O bandolim é usualmente tocado como instrumento solista, desempenhando a voz de soprano num conjunto de instrumentos que inclui também na mesma família a Bandoleta (alto), a Bandola (tenor), o Bandocello ou Bandoloncello (baixo) e, por fim, a Bandolineta (sopranino).

O Bandolim da Música Clássica à Modernidade

O bandolim napolitano, com sua afinação que respeitava a do violino, atraiu a atenção de compositores clássicos renomados, como Vivaldi, Mozart e até mesmo Beethoven. Esses grandes nomes da música erudita viam no bandolim um instrumento capaz de enriquecer suas obras com seu som distintivo.

Embora tenha suas raízes na Itália, o bandolim ganhou popularidade internacional ao longo dos anos. Em países como Japão e Coreia do Sul, o instrumento tem uma base de fãs dedicada. Nos Estados Unidos, o bandolim também encontrou seu lugar, principalmente devido à grande migração italiana para o país. A facilidade de transporte e o som cativante do instrumento contribuíram para sua popularização nos Estados Unidos.

Uma curiosidade interessante é que Orville Gibson, o fundador da famosa marca de guitarras elétricas Gibson, começou sua carreira na fabricação de bandolins. Ele adaptou o design do bandolim para torná-lo mais parecido com violinos, levando em consideração a afinação semelhante. Isso resultou em um instrumento com um som um pouco menos picante, mais próximo do som de uma pequena guitarra acústica.

A Afinação do Bandolim e suas Características Únicas

Uma das peculiaridades do bandolim é sua afinação, que se assemelha à do violino. O bandolim tem oito cordas agrupadas em pares, chamados de coros, afinados em quintas. Começando da corda mais aguda, temos Mi-La-Ré-Sol. Essa afinação contribui para a sonoridade única do instrumento e na grande maioria das composições é tocado com palheta.

Além disso, a forma do bandolim apresenta uma característica distintiva: uma curva suave na tábua harmônica. Essa curva exerce tensão nas fibras da madeira, conferindo ao instrumento o característico som brilhante e picante, conhecido como “piccante” pelos mestres da luteria napolitana.

A Fascinante História da Família Calace

A história da família Calace é um exemplo cativante da ligação entre o bandolim e a cultura italiana. Com mais de 190 anos de tradição na fabricação de bandolins, essa família de luthiers tem uma história incrível. Tudo começou com Raffaele Calace (1863 – 1934), que foi um músico, compositor e fabricante de bandolins. Nasceu em Nápoles, Itália, filho de Antonio Calace, um renomado fabricante de instrumentos. Ele começou a estudar música, descobriu o bandolim e logo se destacou. Depois de se formar com honras no Regio Conservatorio di Musica em Nápoles, ele se propôs a elevar o lugar do bandolim na música.

Raffaele Calace escreveu cerca de 200 composições para bandolim. Estas incluem obras de concerto, solos e composições para bandolim e outros instrumentos — duetos com piano, combinações de trio com mandola e violão, o Quarteto Romântico de Bandolim (dois bandolins, mandola e violão) e quintetos.

Calace também escreveu obras pedagógicas, incluindo um método de bandolim, Schule für Mandoline, que foi publicado em 1910.

Raffaele Calace e seu irmão Nicola Calace (1859-1923), também músico, tornaram-se fabricantes de instrumentos da família do bandolim napolitano. Eles introduziram melhorias nas técnicas de construção e modernizaram o bandolim napolitano.

Quando Nicola Calace mudou-se para os Estados Unidos em 1898, Raffaele continuou a oficina Calace com sua filha Maria (também bandolinista) e seu filho Giuseppe Calace. Hoje o Ateliê Calace é dirigido pelo neto de Calace, Raffaele Jr.

O Bandolim Além dos Estereótipos

Embora o bandolim seja muitas vezes associado à música folclórica napolitana, ele tem uma versatilidade que transcende fronteiras musicais. Além de sua presença marcante na música folclórica irlandesa, o bandolim também é usado no bluegrass, no country e até mesmo em alguns gêneros de música rock. O Led Zeppelin, por exemplo, incorporou o bandolim em algumas de suas músicas, demonstrando a capacidade do instrumento de se adaptar a diferentes estilos musicais.

Uma das características mais notáveis do bandolim é sua versatilidade. Embora muitas vezes seja associado a gêneros específicos, como a música folclórica napolitana, o instrumento possui uma variedade de variações e evoluções ao longo de sua história. Desde o bandolim napolitano até o bandolim acústico e elétrico, cada variação tem seu próprio charme e apelo musical.

O bandolim em Portugal

O bandolim em Portugal sofreu alterações na caixa harmônica, que ficou com formato de pêra e o fundo quase plano. Já no Brasil o bandolim possui a caixa acústica com o formato similar ao da guitarra portuguesa, utilizada principalmente nos fados.

O bandolim já foi a estrela dos salões elegantes do século XIX em Portugal, encontrou seu auge nas tunas do início do século XX, tornando-se um instrumento popular. As tunas e as filarmónicas desempenharam um papel crucial no ensino da música às classes populares, inclusive para aqueles que eram analfabetos, mas que aprendiam a linguagem da música.

No entanto, durante o período do Estado Novo, regime autoritário que vigorou de 1933 a 1974, o bandolim perdeu parte de sua influência. Apesar disso, o instrumento continuou a ser tocado em aldeias portuguesas durante festas, romarias, fogueiras e folguedos populares.

Na década de 1980, o bandolim português experimentou um renascimento graças aos Grupos Etnográficos, às Tunas Académicas e aos Grupos de Música Tradicional. Esses grupos recuperaram os sons tradicionais do bandolim e os construtores de instrumentos retomaram as antigas técnicas de construção.

O Bandolim no Brasil: Das Origens Européias à Roda de Choro

O bandolim chegou ao Brasil durante o período colonial, trazido pelos colonizadores europeus, principalmente portugueses e italianos.

O choro é um gênero musical genuinamente brasileiro e desempenhou um papel fundamental na incorporação do bandolim na cena musical do Brasil. As rodas de choro eram encontros informais de músicos que se reuniam para tocar e improvisar, teve um papel importante por propiciar o ambiente perfeito para o bandolim se destacar.

Assim, o bandolim conquistou os músicos e o público com sua capacidade de expressar emoções e narrar histórias por meio de sua sonoridade encantadora. Grandes talentos do bandolim, como Jacob do Bandolim, Luperce Miranda e Pixinguinha, contribuíram para a popularização do instrumento nas rodas de choro e, consequentemente, para sua consolidação como parte intrínseca da cultura musical brasileira.

A Evolução do Bandolim no Brasil

À medida que o choro ganhava destaque, o bandolim também se desenvolvia e se adaptava às necessidades dos músicos. Um exemplo notável disso é o bandolim brasileiro de 10 cordas, com sua afinação peculiar, que oferece um alcance tonal maior e uma sonoridade distinta. Isso permitiu que os músicos explorassem novas possibilidades musicais e elevassem o bandolim a um patamar ainda mais alto. A origem do bandolim de dez cordas é bastante atual, quando o músico Hamilton de Holanda, por volta do ano 2000, pediu a Virgílio Lima, luthier de Sabará, Minas Gerais, que lhe fizesse um instrumento com um par de cordas mais graves, para afinar em Dó.

O Bandolim nos Dias de Hoje

Atualmente, o bandolim continua a desempenhar um papel significativo na música brasileira. É um instrumento presente em uma variedade de gêneros musicais, indo além do choro. Artistas contemporâneos, como Hamilton de Holanda e Danilo Brito, estão redefinindo os limites do instrumento e demonstrando sua versatilidade em contextos que vão desde o jazz até o pop.

Além disso, festivais de bandolim e escolas de música dedicadas ao instrumento têm surgido pelo Brasil, proporcionando um espaço para novos talentos e promovendo a continuidade da tradição do bandolim.

Onde Encontrar Partituras e Tablaturas para Bandolim?

Há diversas alternativas para buscar partituras que podem ser usadas para tocar ao bandolim. Um exemplo é a publicação O melhor do Choro Brasileiro em três volumes disponível na Amazon.

Se você quer partituras com tablaturas, dê uma olhada no canal do YouTube Mandolin Tabs 4 You. O canal traz vídeos de músicas que vão do clássico ao pop passando pelo sacro e trilhas de filmes. Na descrição você encontra o link para comparar a partitura com a tablatura inclusa. Ao trazer arranjos para música popular e contemporânea, este canal desmistifica o fato de que o bandolim é um instrumento para tocar apenas música clássica, tarantelas e choros. Na verdade, qualquer arranjo bem elaborado e bem executado pode e deve ser executado no bandolim.

Para Saber Mais

Il Mandolino- YouTube Video

Casa do Choro – Site

Wikipedia- Raffaele Calace

Jacob do Bandolim- Acervo

Vionaccia Mandolins & History

Como criar e vender partituras de arranjos musicais de sucesso na internet.

Sabe aquele arranjo que você escreveu para usa banda e ainda está guardado no HD do computador? Então, você sabia que pode vendê-lo e a ainda fazer uma graninha extra? Ou de repente, até pode ser um negócio de gente grande. Quer saber como? Fica comigo neste post e você vai me agradecer pela dica de ouro.

Você já deve estar se perguntando: Mas eu posso vender meus arranjos musicais que estão sob direitos autorais? Ou apenas as minhas músicas autorais e de domínio público? Se você está pensando em vender seus arranjos no seu site, ou negociá-los diretamente, terá que lidar com toda a burocracia legal, obter os documentos que te autorizem a vender os arranjos e se proteger de eventuais processos legais. A boa notícia é que você não precisa se preocupar com nada disso.

Plataformas de Vendas Online

Já existem plataformas que trabalham com o sistema de Market Place. Neste sistema, a própria plataforma negocia com os artistas e compositores e obtêm o direito de vender arranjos de suas obras. Uma vez que eles possuem um contrato de cessão dos direitos e compartilhamento dos ganhos sobre as vendas, essas plataformas criam uma lista das músicas com direitos autorais e você, arranjador, pode escolher desta lista para fazer o seu próprio arranjo e submetê-lo à venda.

Arrange Me

Vou apresentar neste post duas alternativas de plataforma. A primeira delas é o site Arrange Me operado pela Hal Leonard. Você pode fazer upload de seus arranjos autorais, sobre músicas em domínio público ou da lista de músicas com direitos autorais elegíveis para serem arranjadas e vendidas. No caso da Hal Leonard, você faz o upload da partitura no site arrangeme.com e em até três dias sua partitura estará disponível para venda nos sites sheet Music Direct (sheetmusicdirect.com) e no site Sheet Music Plus (sheetmusicplus.com).

Além disso, você tem a possibilidade de subir o áudio do arranjo e até deixar um link do video no You Tube. Neste caso, vale a pena também deixar na descrição do seu vídeo o link para os sites que estão disponibilizando seu arranjo para a venda.

Music Notes

A segunda opção é o site Music Notes. Quando você acessa o site pelo link musicnotes.com, é direcionado para a área de venda de partituras, mas se você acessar o site musicnotes.com/marketplace, será direcionado para uma área do site em que poderá fazer sua conta para cadastrar seus arranjos para venda.

No caso da Music Notes, você tem direito de subir apenas 10 arranjos sem se afiliar na área de membros. Diferentemente do Arrange Me que você pode subir um número ilimitado de partituras, no Music Notes, para subir mais do que 10 arranjos é preciso pagar um valor de afiliação. Na data que escrevo este post, este é um valor pago apenas uma vez. Você terá a opção de clicar para fazer upgrade e verá um botão com o valor dizendo que é uma assinatura vitalícia (lifetime membership).

Dicas para quem está começando

Se você está começando, sugiro trabalhar até o limite das 10 músicas com a Music Notes e usar a plataforma do Arrange Me como sua principal fonte de renda. à medida que tiver um número considerável de arranjos vendidos e sentir que vale a pena trabalhar com as duas plataformas, então pague a assinatura e aumente suas possibilidades de vendas.

Estas plataformas funcionam da mesma forma que os banco de imagens. Você é dono do arranjo, então pode vender o mesmo arranjo em plataformas diferentes. No entanto, leia o contrato ao se cadastrar para evitar qualquer alteração nos termos de serviços que podem eventualmente pedir exclusividade.

Como Fazer meu Arranjo?

O primeiro passo, claro é escrever seu arranjo e pra isso vai precisar de um software de edição de partituras. Há várias versões pagas como o Sibelius e o Finale, mas pra mim o Musescore que é de código aberto funciona muito bem. E afinal, quem está começando quer reduzir custos ao máximo. Todas as versões do Musescore te permitem gerar a partitura em PDF e também gerar o audio, mas a versão mais recente na data que escrevo é o Musescore 4, que te permite usar samples e realmente gerar um áudio com som de instrumentos de verdade.

O Musescore possui versões para Windows, Mac e Linux. Para baixar e instalar acesse: https://musescore.org/en/download. Para saber mais sobre o Musescore dê uma olhada em nossos posts:

Usando Samples no Musescore 4.

Se você já usa, por exemplo, o Kontakt, poderá carregar para cada instrumento um timbre diferente. Só tenha em mente que quanto mais recursos, mas capacidade de processador será necessário.

Além do Kontakt, gosto de usar o Decent Sampler que é de código aberto. Quando utilizo o Kontakt, ele me permite trabalhar até 15 minutos e depois disso bloqueia o recurso, mas o Decent Sampler não tem essa limitação. Você vai encontrar mais sobre o sampler no site https://www.pianobook.co.uk/sampler/decent-sampler/

Ao terminar o seu arranjo, você pode então exportar o áudio em diversos formatos e também as partituras em formato PDF. Até o momento que escrevo o site da Music Notes não tem opção de subir o áudio, apenas o link do vídeo no YouTube. Já no Arrange Me você pode subir o áudio em MP3 e também deixar o link do vídeo no YouTube.

Fazendo sua Conta na Plataforma

Uma vez que está com seu arranjo em PDF e o áudio em MP3, é hora de cadastrar no site do Arrange Me ou no Market Place do Musicnotes e fazer sua conta. Ao fazer isso, você irá entrar com seus dados, criar sua senha e concordar com os termos de serviço. Lá você terá a opção de colocar seu preço, respeitando um preço mínimo definido pela plataforma.

Na figura a seguir mostramos a página de entrada do site Arrange Me mostrando o botão para inscrever-se gratuitamente. Tanto o Arrange Me quanto o Music Notes são totalmente em inglês, mas você vai se surpreender com a quantidade de músicas brasileiras licenciadas para que você possa fazer seus arranjos.

Venda de partitura com direitos autorais

Enviando seus Arranjos

Após fazer sua conta, você irá logar e entrará na plataforma. Caso você já tenha feito vendas verá as mais recentes assim que logar. Para fazer um novo arranjo de uma música com direitos autorais clique em “Song Search” e pesquise sua música.

Ao clicar, você terá todas as informações de como funciona o serviço do site e qual o passo a passo para subir seu arranjo. Como exemplo, fiz a busca da música de Tom Jobim e Vinicius de Moraes Garota de Ipanema.

Tipos de Arquivos

Basta escolher a versão e você verá a opção de escolher entre vender um arranjo em PDF ou um arranjo interativo. Não entrarei em detalhe com relação ao arranjo interativo porque já é um assunto para outro post. A diferença é que no arranjo interativo você pode alterar o tom da música, mas eu particularmente não gosto, porque quando escolho o tom estou levando em consideração a extensão das notas no instrumento, a digitação no caso do violão. Acho que funciona bem quando é só melodia e acordes, mas não para um arranjo instrumental.

Além disso, o som que a pessoa vai ouvir do seu arranjo não vai soar como ele seria tocado por um instrumento real. O PDF te dá a opção de subir o MP3 que pode ser gravado por instrumentistas reais ou sintetizados usando o Musescore com samples do Kontakt ou Decent Sampler.

É importante ainda comentar que no site Arrange Me, além das partituras, você pode também vender tablaturas e até seus áudios em MP3.

Como Recebo pelas minhas Vendas?

No processo de submeter seus arranjos para venda, você irá definir o preço de venda. O valor que você irá receber é uma porcentagem desse valor que vai variar e depende se a música é de domínio público, autoral ou se está sob direitos autorais. Para músicas autorais e de domínio público sua porcentagem será maior, em geral em torno de 50%. Para músicas sob direitos autorais a porcentagem é menor, em geral na faixa de 10%.

Após começar a vender, você terá que esperar ter um valor mínimo para sacar. No caso do site Arrange Me este valor é de US$20,00 e no Music Notes, é preciso ter pelo menos US$100,00 de comissões para sacar.

Mas como é feito esse saque? Nos dois casos você precisará ter uma conta no PayPal e irá cadastrar o e-mail referente à sua conta na área de recebimento de pagamentos do site. Você também terá que preencher o formulário de impostos a serem recolhidos no país que efetua seu pagamento. Tanto o Arrange Me quanto o Music Notes pagam pelos Estados Unidos, então, você preencherá o formulário de acordo com sua situação fiscal naquele país. Para estrangeiros não residentes, o formulário a ser preenchido é o W-8 BEN. Cada plataforma te direcionará de forma clara para que você responda às perguntas.

No caso do Brasil que não tem acordo de bitributação com os Estados Unidos, você poderá ter retido até 30% dos seus ganhos, mas ainda assim vale a pena por se tratar de uma renda passiva. Você faz o arranjo uma única vez e vende sempre.