A História por Trás de “La Vie en Rose”: Uma Canção que Viu a Vida em Cor-de-Rosa

Imagine uma Paris de 1945, ainda se recuperando das sombras da Segunda Guerra Mundial. As ruas, antes silenciosas pelo peso do conflito, começam a ganhar vida novamente. É nesse cenário que Edith Piaf, sentada em um café, pega um guardanapo e rabisca as primeiras palavras de uma canção que mudaria a música para sempre. “La Vie en Rose” não nasceu apenas como uma melodia; ela surgiu como um grito de esperança, um convite para ver o mundo com olhos apaixonados e otimistas. Mas como essa música tão simples e poderosa veio a existir? Quem foram as mentes por trás dela? E por que ela continua a encantar gerações até hoje? Vamos embarcar nessa história e descobrir juntos.

Neste post, vou te contar um pouco sobre Edith Piaf e Louis Guglielmi, os criadores dessa obra-prima, e depois mergulhar na trajetória da canção: quando foi composta, suas gravações mais marcantes e o impacto que ela teve — e ainda tem — em diferentes estilos musicais. Também vou destacar como “La Vie en Rose” ganhou arranjos incríveis para violão, piano e outros instrumentos como violino, bandolim, flautas e clarinetes. Tudo isso com uma linguagem clara e descontraída, como quem conversa com um amigo sobre algo que ama. Então, pegue um café (ou um vinho, estamos falando de Paris, afinal) e venha comigo!


Os Compositores: Edith Piaf e Louis Guglielmi

Antes de falar da canção, vamos conhecer as pessoas que deram vida a ela. Edith Piaf, nascida Edith Giovanna Gassion em 1915, é um nome que dispensa apresentações na música francesa. Sua história é daquelas que parecem roteiro de filme: uma infância marcada por dificuldades, cantando nas ruas de Paris para sobreviver, até se transformar em uma das maiores vozes do século XX. Piaf tinha um talento natural para transmitir emoção, e sua voz, pequena mas cheia de alma, parecia carregar todas as dores e alegrias de uma vida intensa. Ela não era só uma intérprete; também escrevia letras, colocando pedaços de si mesma em cada música.

Já Louis Guglielmi, mais conhecido como Louiguy, nasceu em 1916 em Barcelona, na Espanha, mas cresceu na França. Ele era um compositor versátil, com um dom para criar melodias que grudam na cabeça. Antes de “La Vie en Rose”, Louiguy já tinha trabalhado em músicas para filmes e colaborado com outros artistas, mas foi sua parceria com Piaf que o colocou no mapa. Diferente dela, que vivia sob os holofotes, ele preferia o papel de criador nos bastidores, deixando suas notas falarem por ele.

Juntos, Piaf e Louiguy formaram uma dupla improvável, mas perfeita. Ela trouxe a poesia e a emoção crua; ele, a melodia que abraçava cada palavra. Agora que conhecemos os protagonistas, vamos à história da canção que os uniu.


A Criação de “La Vie en Rose”

A história de “La Vie en Rose” começa em 1945, um ano que marcava o fim da guerra e o início de uma nova era. Edith Piaf, então com 30 anos, estava em um momento de transição na carreira e na vida. Conta-se que, em um café parisiense, ela escreveu a letra da música quase de improviso, inspirada por um amor que a fazia enxergar o mundo de um jeito mais leve. A expressão “la vie en rose” — “a vida em cor-de-rosa” — já existia no francês como um ditado para descrever um estado de felicidade, mas Piaf a transformou em algo pessoal e universal ao mesmo tempo.

A melodia, por outro lado, veio das mãos de Louiguy. Ele criou uma linha simples, mas cativante, com acordes que parecem flutuar, sustentando a voz de Piaf como um par de asas. O curioso é que, no começo, nem todo mundo acreditou no potencial da música. Alguns amigos e produtores de Piaf acharam a canção “fraca” e sugeriram que ela a deixasse de lado. Mas ela, teimosa e confiante, insistiu. Em 1946, cantou “La Vie en Rose” ao vivo pela primeira vez em um show, e a reação do público foi avassaladora. O que era só uma ideia rabiscada em um guardanapo virou um fenômeno.

O lançamento oficial veio em 1947, quando a gravação de Piaf foi publicada como single. O sucesso foi instantâneo: milhões de cópias vendidas, rádio tocando sem parar e um lugar garantido no coração dos franceses — e, logo depois, do mundo. Mas o que tornava essa música tão especial? Talvez fosse a combinação da voz vulnerável de Piaf com uma melodia que parecia abraçar o ouvinte, ou talvez a mensagem de esperança em um tempo que precisava tanto dela. Fato é que “La Vie en Rose” não parou por aí; ela abriu as portas para uma série de gravações e interpretações que a levaram ainda mais longe.


Principais Gravações de “La Vie en Rose”

A versão de Edith Piaf é, sem dúvida, o ponto de partida e o coração de “La Vie en Rose”. Gravada em 1947, ela captura a essência da chanson française: uma mistura de romantismo, melancolia e força. Mas a canção não ficou restrita à voz de sua criadora. Ao longo das décadas, artistas de diferentes cantos do mundo a reinterpretaram, cada um trazendo algo novo.

Em 1950, Louis Armstrong lançou sua versão, e o que já era lindo ganhou um toque de jazz. Com seu trompete inconfundível e uma voz rouca cheia de charme, ele transformou a música em algo mais descontraído, quase como uma conversa entre amigos. Foi uma ponte importante para levar “La Vie en Rose” ao público americano, mostrando que ela podia cruzar fronteiras culturais.

Pulemos para 1977, e temos Grace Jones com uma abordagem completamente diferente. Sua versão pop, com batidas dançantes e uma vibe moderna, trouxe a canção para as pistas de dança. Jones manteve a essência romântica, mas adicionou um tempero contemporâneo que a fez hit novamente, décadas depois do original. Esse lançamento também apareceu em filmes, como “Prêt-à-Porter” (1994), mostrando como a música continuava relevante.

Outras gravações marcantes incluem a de Amália Rodrigues, a rainha do fado português, que em 1960 deu à canção um tom mais melancólico e profundo, típico do gênero. Donna Summer, em 1993, também deixou sua marca com uma versão que misturava elementos pop e dance, enquanto artistas mais recentes, como Michael Bublé, exploraram arranjos jazzísticos que respeitam a raiz da música, mas com um toque atual.

Cada uma dessas versões prova que “La Vie en Rose” é como um diamante: multifacetada, capaz de brilhar de jeitos diferentes dependendo de quem a segura. E isso nos leva ao próximo ponto: como ela influenciou outros estilos musicais, tanto na época quanto hoje.


O Papel de “La Vie en Rose” em Outros Estilos Musicais

Quando “La Vie en Rose” surgiu, a chanson française era o estilo dominante na França, e a canção ajudou a solidificar suas características: letras poéticas, melodias emotivas e uma conexão direta com o ouvinte. Mas seu impacto não ficou preso a um único gênero ou momento histórico.

Na década de 1950, com a versão de Louis Armstrong, ela entrou no mundo do jazz. O improviso e a liberdade do gênero deram à música uma nova energia, e desde então, muitos artistas de jazz — de Ella Fitzgerald a Diana Krall — a incluíram em seus repertórios. O que era uma balada francesa virou um standard, com arranjos que exploram solos e variações harmônicas.

No pop, Grace Jones abriu as portas para uma releitura mais comercial, e isso influenciou outros artistas a experimentarem com a canção em contextos modernos. Hoje, você pode ouvir ecos de “La Vie en Rose” em trilhas sonoras de filmes, como “WALL-E” (2008), ou em covers de cantores pop contemporâneos, como Lady Gaga, que a cantou em “A Star Is Born” (2018). Essa presença constante mostra como a música se adapta sem perder sua essência.

Além disso, ela também encontrou espaço em estilos regionais. A versão em fado de Amália Rodrigues é um exemplo de como a canção pode absorver a identidade de outras culturas musicais. No Brasil, artistas como Marisa Monte já fizeram homenagens indiretas ao estilo de Piaf, enquanto arranjos instrumentais continuam a aparecer em concertos de música clássica ou popular ao redor do mundo.

Na atualidade, “La Vie en Rose” é um símbolo de atemporalidade. Ela aparece em playlists de lo-fi, covers acústicos no YouTube e até em remixes eletrônicos. Sua melodia simples e sua mensagem universal a tornam um ponto de partida perfeito para músicos que querem experimentar, seja mantendo a tradição ou levando-a para territórios novos.


Arranjos para Violão, Piano e Outros Instrumentos

Agora, vamos falar de algo que todo amante de música adora: como “La Vie en Rose” soa em diferentes instrumentos. A melodia de Louiguy é tão bem construída que parece feita para ser explorada de várias formas, e os arranjos para violão, piano, violino, bandolim, flautas e clarinetes mostram isso com clareza.

Violão

O violão é um dos instrumentos mais queridos para tocar “La Vie en Rose”. Com sua sonoridade quente e intimista, ele é perfeito para versões solo ou para acompanhar uma voz. Um arranjo típico pode usar dedilhados suaves, destacando a melodia com notas limpas e acordes simples como C, G7 e F. Muitos violonistas adicionam pequenas variações, como arpejos ou slides, para dar um toque pessoal. É comum ver esse tipo de arranjo em cafés ou apresentações acústicas, onde a simplicidade do violão cria uma atmosfera que lembra as ruas de Paris.

Piano

No piano, “La Vie en Rose” ganha uma camada extra de emoção. A mão esquerda pode tocar os acordes enquanto a direita desenha a melodia, ou o arranjo pode ser mais complexo, com harmonias ricas e improvisações. Existem versões clássicas, com um estilo quase de valsa, e outras mais jazzísticas, cheias de sétimas e nonas. O piano consegue capturar tanto o romantismo quanto a melancolia da canção, tornando-o ideal para solos ou duetos com cantores.

Violino

O violino traz um ar de elegância a “La Vie en Rose”. Seu timbre expressivo destaca a melodia de um jeito que parece cantar, com vibratos e glissandos que adicionam drama. Arranjos para violino solo são comuns, mas também há versões para quartetos de cordas, onde viola, violoncelo e contrabaixo criam uma textura rica. É o tipo de arranjo que você imagina em um concerto ou em uma cena romântica de filme.

Arranjo para Violino e Piano

Bandolim

O bandolim, com seu som brilhante e delicado, dá à canção um charme nostálgico. Ele é menos comum, mas muito usado em arranjos folk ou em ensembles menores. A técnica de tremolo, típica do bandolim, pode imitar a suavidade da voz de Piaf, enquanto os acordes rápidos trazem um ritmo leve e dançante.

Arranjo para Bandolim e Piano

Flautas e Clarinetes

Flautas e clarinetes são escolhas naturais para “La Vie en Rose” por causa de suas qualidades melódicas. A flauta, com seu som doce e etéreo, realça o lado sonhador da música, enquanto o clarinete, mais quente e aveludado, adiciona uma profundidade emocional. Esses instrumentos aparecem tanto em solos quanto em arranjos de banda, especialmente em versões jazz ou clássicas. Juntos, eles criam uma sensação de leveza que combina perfeitamente com a ideia de “ver a vida em cor-de-rosa”.

Esses arranjos mostram como “La Vie en Rose” é versátil. Seja em uma partitura para iniciantes ou em uma adaptação complexa para orquestra, a música se mantém reconhecível e emocionante. E é exatamente essa flexibilidade que a ajudou a atravessar décadas e estilos.

Arranjo para Clarinete em Bb e Piano


Uma Canção que Não Envelhece

Chegamos ao fim dessa viagem pela história de “La Vie en Rose”, mas a verdade é que a canção nunca termina de verdade. Desde aquele guardanapo em 1945 até os palcos e estúdios de hoje, ela continua a inspirar músicos e ouvintes. Edith Piaf e Louis Guglielmi criaram algo maior do que eles mesmos: uma melodia que fala de amor, esperança e resiliência, coisas que nunca saem de moda.

Seja na voz rouca de Piaf, no trompete de Armstrong ou em um arranjo suave de violão, “La Vie en Rose” tem o poder de nos transportar. Ela nos lembra que, mesmo nos dias mais cinzentos, é possível encontrar um pouco de cor. Então, que tal ouvir a música agora? Escolha sua versão favorita, feche os olhos e deixe-se levar por essa história que, mais de 70 anos depois, ainda está sendo contada.

A História por Trás de “Stand by Me”: Uma Jornada Musical com Ben E. King

Era uma tarde qualquer em Nova York, no começo dos anos 1960. O estúdio de gravação estava cheio de energia, mas não exatamente por causa de um plano grandioso. Ben E. King, com sua voz que parecia abraçar quem ouvia, tinha acabado de gravar “Spanish Harlem”, uma música que já dava sinais de que seria um sucesso. O relógio marcava um tempo sobrando, e os produtores Jerry Leiber e Mike Stoller, sempre atentos, olharam para Ben e fizeram uma pergunta simples: “Você tem mais alguma coisa aí?”. Ele sentou ao piano, deixou os dedos deslizarem pelas teclas e começou a tocar uma melodia que carregava ecos da igreja da sua infância. Aquele momento despretensioso deu vida a “Stand by Me”, uma canção que atravessaria décadas e tocaria corações pelo mundo todo.

Mas quem era Ben E. King, o homem por trás dessa obra-prima? Como essa música, criada quase por acidente, se tornou um marco na história da música? Neste post, vamos viajar pela vida do compositor, pela história de “Stand by Me” — desde sua composição até suas gravações mais marcantes —, e explorar o papel dela no blues e no jazz americano, além de sua influência na música moderna. Para completar, vamos dar uma olhada nos arranjos que fazem essa canção brilhar em instrumentos como violão, piano, violino, bandolim, flautas e clarinetes. Então, pegue um café, relaxe e venha comigo nessa jornada musical!


Quem Foi Ben E. King?

Antes de mergulharmos na história de “Stand by Me”, vale a pena conhecer um pouco o homem que a trouxe ao mundo. Benjamin Earl King nasceu em 28 de setembro de 1938, em Henderson, na Carolina do Norte, numa família simples que logo se mudou para o Harlem, em Nova York. Como acontece com muitos grandes nomes do soul e do R&B, a música entrou na vida de Ben pela porta da igreja. Ele cantava no coral gospel, e foi ali que sua voz começou a ganhar forma — uma voz cheia de alma, capaz de transmitir emoção em cada nota.

Por volta de 1958, Ben entrou para o grupo “The Five Crowns”, que logo depois virou “The Drifters” numa reviravolta envolvendo empresários e contratos. Com The Drifters, ele brilhou em músicas como “There Goes My Baby” e “Save the Last Dance for Me”, mostrando um talento que ia além de apenas cantar — ele sabia como fazer as pessoas sentirem o que ele cantava. Mas a vida em grupo nem sempre é fácil, e desentendimentos com o empresário levaram Ben a seguir carreira solo em 1960. Foi uma decisão arriscada, mas que abriu o caminho para o que viria a ser seu maior legado.

Sozinho, Ben lançou “Spanish Harlem” em 1960, uma canção romântica que já mostrava seu potencial. Mas foi em 1961, com “Stand by Me”, que ele cravou seu nome na história. Agora que sabemos um pouco sobre quem ele era, vamos ao que interessa: como essa música nasceu e por que ela continua tão viva até hoje.


A Composição de “Stand by Me”

Naquele dia de gravação que comentamos no início deste post, Ben E.King sentado ao piano, começou a tocar uma melodia simples, com acordes que pareciam contar uma história sozinhos. A letra veio junto, falando de apoio e força em tempos difíceis. Jerry Leiber ouviu e disse na hora: “Isso é um sucesso!”. Mike Stoller já começou a pensar nos arranjos, e o resto, como dizem, é história.

A influência Gospel

“Stand by Me” foi composta por Ben E. King em parceria com Leiber e Stoller, uma dupla famosa por criar hits para artistas como Elvis Presley e The Coasters. Mas a raiz da música vem de um lugar mais profundo: o gospel. Ben se inspirou em “Stand by Me Father”, uma canção gospel gravada pelo Soul Stirrers, com Sam Cooke no vocal. Além disso, ele trouxe um toque bíblico à letra, pegando ideias do Salmo 46, que fala de Deus como um refúgio em meio ao caos. Veja esse trecho, por exemplo: “Não temerei, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares”. Isso ecoa direto na música, com versos como “No, I won’t be afraid, just as long as you stand by me”.

A composição aconteceu em 1960, mas foi em 1961 que ela ganhou vida no estúdio. A letra é direta, quase como uma conversa entre amigos: “Quando a noite chegar e a terra estiver escura, e a lua for a única luz que veremos, eu não vou ter medo, contanto que você esteja ao meu lado”. É simples, mas carrega um peso emocional que fala com todo mundo. E foi essa simplicidade, junto com a produção genial de Leiber e Stoller, que transformou “Stand by Me” num clássico.


As Principais Gravações

A versão original

A gravação original de “Stand by Me” aconteceu em 1961, e ela é um exemplo perfeito de como menos pode ser mais. Ben E. King cantou com uma paixão que vinha da alma, acompanhado por uma linha de baixo inesquecível — aquele “bum-bum, bum-bum” que todo mundo reconhece na hora. O arranjador Stanley Applebaum adicionou cordas que sobem e descem como um suspiro, dando à música uma textura rica, mas sem exagerar. Lançada como single, ela chegou ao 4º lugar na Billboard Hot 100 e marcou o início de uma trajetória impressionante.

A versão de John Lennon

Mas a história da música não parou aí. “Stand by Me” foi regravada mais de 400 vezes, por artistas de todos os estilos imagináveis. Uma das versões mais famosas é a de John Lennon, lançada em 1975 no álbum Rock ‘n’ Roll. Lennon trouxe um tom mais cru, com um toque de rock que refletia sua personalidade. A música chegou ao 20º lugar nas paradas americanas e mostrou como “Stand by Me” podia se adaptar a diferentes vozes.

O filme

Outro marco veio em 1986, com o filme Stand by Me, baseado num conto de Stephen King. A canção foi o tema do filme, que contava a história de quatro amigos enfrentando os desafios da adolescência. O filme trouxe a música de volta às paradas, e em 1987 ela alcançou o 1º lugar no Reino Unido. Foi como um renascimento, apresentando Ben E. King a uma geração que talvez nem soubesse quem ele era.

Outros nomes grandes também deixaram suas marcas na música. Otis Redding fez uma versão cheia de soul, com uma energia que parecia explodir. Tracy Chapman trouxe uma interpretação acústica, suave e introspectiva. Até Prince Royce entrou na onda, com uma versão em bachata que mistura espanhol e um ritmo latino. Cada gravação mostra um lado diferente de “Stand by Me”, provando que a música é como um espelho: reflete quem a está cantando.


O Papel do Blues e do Jazz Americano

“Stand by Me” nasceu no mundo do soul e do R&B, mas suas raízes no gospel e sua estrutura simples abriram portas para o blues e o jazz. No blues, a música encontra eco na ideia de expressar sentimentos profundos com poucos acordes. A progressão básica — A, F#m, D, E — é um terreno familiar para o gênero, e a letra sobre superar dificuldades combina perfeitamente com o espírito do blues. Otis Redding, por exemplo, levou a música para esse lado, com uma entrega vocal que parece carregar o peso do mundo.

Já no jazz, “Stand by Me” vira um playground para improvisação. A progressão de acordes é um convite para músicos brincarem com escalas, adicionarem solos e explorarem harmonias mais complexas. Um trompete ou saxofone pode pegar a melodia e transformá-la em algo novo, enquanto o piano ou o contrabaixo criam um ritmo que balança. Não é raro ouvir versões jazzísticas em bares ou clubes, com arranjos que esticam a música em direções inesperadas.

Essa flexibilidade vem do gospel, que já mistura emoção crua com uma estrutura que dá espaço para variações. “Stand by Me” carrega esse DNA, e é por isso que ela se encaixa tão bem nesses estilos. Artistas como Ella Fitzgerald ou Louis Armstrong poderiam facilmente tê-la adaptado, trazendo um toque de swing ou uma melodia mais solta. Mesmo sem versões oficiais deles, a influência do jazz e do blues está lá, nas muitas interpretações que surgiram ao longo dos anos.


Influências na Música Moderna

Impacto na cultura Popular

Se você acha que “Stand by Me” ficou no passado, pense de novo. A música continua viva na música moderna, de maneiras que vão além das covers. Sua estrutura de acordes simples a torna uma das primeiras escolhas para quem está aprendendo a tocar violão ou piano — está em quase todo livro de partituras para iniciantes. E essa acessibilidade ajudou a mantê-la relevante.

Na cultura pop, ela aparece em todo lugar. Em 2015, a gravação original foi incluída no National Recording Registry pela Biblioteca do Congresso dos EUA, reconhecida como um tesouro cultural. No casamento do Príncipe Harry e Meghan Markle, em 2018, um coral gospel cantou a música, mostrando como ela ainda simboliza união e apoio. E no mundo do hip-hop e do R&B moderno, a linha de baixo já foi sampleada em faixas que misturam o velho com o novo.

Influência em Artistas Atuais

Artistas contemporâneos também se inspiram na simplicidade emocional de “Stand by Me”. Pense em músicas que falam de conexão e resiliência — muitas delas têm um DNA parecido com o de Ben E. King. É como se a canção tivesse plantado uma semente que ainda floresce, seja numa balada pop ou num rap com mensagem.


Arranjos para Diferentes Instrumentos

Uma das coisas mais legais de “Stand by Me” é como ela soa bem em qualquer instrumento. Vamos dar uma olhada em como ela pode ser arranjada para violão, piano, violino, bandolim, flautas e clarinetes.

Violão

No violão, “Stand by Me” é um sonho para iniciantes. Os acordes principais — A, F#m, D, E — são fáceis de tocar, e o ritmo pode ser simples, com batidas ou dedilhados. Quer imitar a linha de baixo? Use o polegar na corda mais grave de cada acorde enquanto os outros dedos tocam as notas mais agudas. Para algo mais elaborado, o fingerpicking funciona lindo, com pequenas variações melódicas entre os acordes. Dá pra mudar a tonalidade com um capotraste ou experimentar afinações abertas para um som diferente.

Piano

No piano, a música também é acessível. A mão esquerda pode tocar a linha de baixo — aquelas notas que dão o pulso da música —, enquanto a direita faz os acordes ou a melodia. Para quem está começando, é só manter simples: acordes básicos e a melodia em oitavas. Já para pianistas mais experientes, dá pra adicionar um walking bass ou acordes com sétimas e nonas, trazendo um toque jazzístico. Um arranjo em estilo ragtime ou boogie também fica incrível, com um ritmo que faz o piano dançar.

Violino

O violino traz uma emoção especial a “Stand by Me”. A melodia principal pode ser tocada com vibrato e glissandos, dando aquele tom de choro que combina com a letra. Num arranjo solo, ele brilha com um acompanhamento simples de piano ou violão. Já num conjunto de cordas, o violino pode liderar enquanto violas e cellos fazem harmonias. Dá até pra imaginar um dueto, com dois violinos trocando frases como numa conversa.

Arranjo para Violino e Piano

Bandolim

Com o bandolim, a música ganha um ar mais leve e brilhante. Em estilos como folk ou bluegrass, ele pode tocar a melodia em tremolo — aquela técnica de notas rápidas que dá um som contínuo. O acompanhamento pode vir de um banjo ou violão, mantendo o ritmo. Num ensemble, o bandolim se destaca pela sonoridade única, quase como um primo distante do violino, mas com um charme rústico.

Arranjo para Bandolim e Piano

Flautas e Clarinetes

Flautas e clarinetes trazem uma vibe diferente. A flauta, com seu som doce, pode tocar a melodia com leveza, quase como um sussurro. Já o clarinete adiciona um tom mais quente, perfeito para um arranjo jazzístico. Num combo de jazz, esses instrumentos podem fazer solos improvisados, usando escalas pentatônicas ou blues para dar um toque pessoal. Em orquestras, eles aparecem em seções de sopro, criando harmonias ou contrapontos que enriquecem a música.


Um Legado que Não Para

“Stand by Me” é daquelas músicas que parecem existir desde sempre. Desde aquele dia em 1961, quando Ben E. King sentou ao piano e deixou a melodia fluir, ela não parou de crescer. Passou pelo soul, pelo blues, pelo jazz, e chegou até a música moderna, sempre carregando a mesma mensagem: “Fique ao meu lado, e eu não terei medo”. Seja num arranjo simples de violão ou numa versão cheia de improvisos no clarinete, ela continua falando com quem ouve.

Escrever sobre essa canção é como abrir uma janela para a história da música. Ben E. King nos deu algo que vai além de notas e acordes — ele nos deu um hino sobre conexão humana. Então, da próxima vez que você ouvir “Stand by Me”, preste atenção. Talvez você sinta um pouco da magia daquele estúdio em Nova York, onde uma ideia simples virou um clássico eterno

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